Resumo

Professores de Educação Física (EF) que pautam suas ações no currículo cultural (CC) ao tematizarem as práticas corporais, questionam os determinantes sociais nelas presentes: de gênero, etnia, classe social, entre outros (NEIRA, 2013). Além disso, validam os saberes discentes, as diferenças, a própria cultura, as culturas silenciadas e reconhecem o CC enquanto prática de ressignificação e de problematização das relações de poder (NEVES; NEIRA, 2020). Ao tratar das diferenciações e procedimentos didáticos do CC, Neira (2018) afirma que existem princípios ético-políticos (reconhecer a cultura da comunidade, justiça curricular, evitar o daltonismo cultural, descolonizar o currículo, ancorar socialmente os conteúdos); e encaminhamentos pedagógicos (mapeamento, leitura, vivência, ressignificação, aprofundamento, ampliação, registro e avaliação). Salles (2019) contribuiu para a elaboração da proposta pedagógica da EF presente no Projeto Político Pedagógico Institucional (PPPI) 2017/2020 do Colégio Pedro II (CPII), que possui como fundamentação teórica uma construção curricular influenciada pelos princípios do CC (COLÉGIO PEDRO II, 2018). Uma das questões que ainda não tinha sido elucidada em sua pesquisa era como um currículo recém-construído seria colocado em prática. Essa pergunta inspirou a investigação da pesquisa realizada por Souza (2021) que analisou a aplicabilidade do CC no CPII. Diante disso, o presente estudo busca identificar aproximações ou distanciamentos dos princípios ético-políticos e encaminhamentos pedagógicos do CC analisando a intervenção de docentes de EF do CPII que afirmam promover aulas pautadas nessa perspectiva curricular.

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