Adeus à Bengala! a Velhice Estruturada nos Vocábulos: Ativa e Muscular
Por Maria Simone Vione Schwengber (Autor).
Em XVII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e IV Conice - CONBRACE
Resumo
A presente pesquisa objetiva refletir a produção do novo velho presente na contemporaneidade. A teorização que orienta o movimento investigativo ampara-se no conceito de governamentalidade de Foucault (2004) desdobrados em um estudo do processo do envelhecer contemporâneo. De forma mais específica, selecionei o encarte jornalístico denominado Saúde, veiculado no Jornal da Manhã, de Ijuí (RS). Os encartes editados de 2008 a 2010 foram analisados no sentido de discutir as seguintes questões: de que modo as imagens apresentam a experiência do envelhecimento? Que discursos acerca do corpo velho se articulam em produzir tais representações? Das análises feitas, mostrei alguns resultados. Em uma socialização contemporânea, cria-se um novo velho: um velho/a ativo/a, que deve se manter a partir das figuras do governamento da atividade, seja física, cognitiva, sexual, informacional. Aponta-se, assim, para a necessidade de se reinventar a velhice a partir de produção capital dos seus corpos. As imagens de vovós fazendo tricô, fazendo uso da bengala, são cada vez mais incomuns, sendo substituídas por uma campanha identitária que investe na direção de uma velhice, tanto a masculina quanto a feminina, mais ativa, saudável, produtiva.