Resumo

moda esportiva a qual nos referimos e estaremos analisando neste contexto apresenta-se num momento específico: entre o início dos anos 70 do século passado e início do século XXI. Para situar o fenômeno, é necessário esclarecer também o que estamos denominando de moda esportiva: Trata-se de um modo característico de as pessoas se vestirem para a prática da atividade física que, por muitas vezes, transcende os muros das quadras, as paredes das academias e chega até as ruas. A ruptura desses limites se deve ao fato de que o esporte é um dos fenômenos sociais mais expressivos da atualidade, reproduzindo e ampliando ao longo da sua história, valores e padrões culturais do momento em que é praticado. Hoje, as atividades físicas de um modo geral são muito mais visíveis, provocando deslocamentos e agregação de outros sentidos a sua prática. Para colocar em tela a história da moda esportiva, neste recorte temporal, pretendemos construí-la tentando captar as estruturas de significação presentes no discurso social dos atores que fazem parte dessa historicidade. Tentaremos desenhar e tecer os fios dessa malha esportiva, inscrevendo o fluxo deste discurso social, interpretando-o e fixando-o em formas decifráveis, repousando no que os informantes atribuíram e atribuem à moda esportiva em sua cotidianidade. Para escapar do óbvio em uma interpretação, interpretaremos o discurso acerca da moda esportiva decodificada por um grupo de informantes, pois estes tem a sensibilidade para percebê-la como fruição e como experiência sensível. Os informantes que contribuíram para aproximarmos de alguns sentidos da moda esportiva foram: professor, aluno e egresso do curso de Educação Física da UFJF, proprietários de lojas de material esportivo, professor e aluno de academia de ginástica e atleta de uma modalidade esportiva. Neste ensaio, portanto, procuramos adotar uma visão deslocada, mas no sentido de dentro, observando alguns espaços urbanos da moda esportiva em Juiz de Fora: a Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Juiz de Fora, clubes, academias, escolas, comércio especializado e o “calçadão” da rua Halfeld. Neles, a apropriação esportiva se faz em uma vitrine natural convidando-nos a revisitar o poema de Carlos Drumond de Andrade “Eu, etiqueta”

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