Alguns Significados da Moda Esportiva nas Atividades Físicas
Por Adriana Ladeira (Autor), Edna Ribeiro Hernandez Martin (Autor), Maria Elisa Caputo Ferreira (Autor), Maria Lúcia de Castro Polisseni (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de História do Esporte, Lazer e Educação Física CHELEF
Resumo
moda esportiva a qual nos referimos e estaremos analisando neste contexto apresenta-se num momento específico: entre o início dos anos 70 do século passado e início do século XXI. Para situar o fenômeno, é necessário esclarecer também o que estamos denominando de moda esportiva: Trata-se de um modo característico de as pessoas se vestirem para a prática da atividade física que, por muitas vezes, transcende os muros das quadras, as paredes das academias e chega até as ruas. A ruptura desses limites se deve ao fato de que o esporte é um dos fenômenos sociais mais expressivos da atualidade, reproduzindo e ampliando ao longo da sua história, valores e padrões culturais do momento em que é praticado. Hoje, as atividades físicas de um modo geral são muito mais visíveis, provocando deslocamentos e agregação de outros sentidos a sua prática. Para colocar em tela a história da moda esportiva, neste recorte temporal, pretendemos construí-la tentando captar as estruturas de significação presentes no discurso social dos atores que fazem parte dessa historicidade. Tentaremos desenhar e tecer os fios dessa malha esportiva, inscrevendo o fluxo deste discurso social, interpretando-o e fixando-o em formas decifráveis, repousando no que os informantes atribuíram e atribuem à moda esportiva em sua cotidianidade. Para escapar do óbvio em uma interpretação, interpretaremos o discurso acerca da moda esportiva decodificada por um grupo de informantes, pois estes tem a sensibilidade para percebê-la como fruição e como experiência sensível. Os informantes que contribuíram para aproximarmos de alguns sentidos da moda esportiva foram: professor, aluno e egresso do curso de Educação Física da UFJF, proprietários de lojas de material esportivo, professor e aluno de academia de ginástica e atleta de uma modalidade esportiva. Neste ensaio, portanto, procuramos adotar uma visão deslocada, mas no sentido de dentro, observando alguns espaços urbanos da moda esportiva em Juiz de Fora: a Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Juiz de Fora, clubes, academias, escolas, comércio especializado e o “calçadão” da rua Halfeld. Neles, a apropriação esportiva se faz em uma vitrine natural convidando-nos a revisitar o poema de Carlos Drumond de Andrade “Eu, etiqueta”