Alterações Morfológicas dos Centros de Controle Cardiovascular em Resposta Ao Exercício:integração e Adaptação
Por Aylton J. Figueira Júnior (Autor), Daniel Rodriguez (Autor), Eliane Florencio Gama (Autor), Francisco Luciano Pontes Junior (Autor), Danilo Bocallini (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 21, n 1, 2013. Da página 166 a 173
Resumo
A prática regular de exercício aeróbio (EA) pode provocar efeitos positivos na redução e controle na pressão arterial (PA) em repouso em humanos. Este fenômeno vem sendo proposto como uma eficiente estratégia não medicamentosa no tratamento da hipertensão arterial sistêmica (HAS). Entretanto, seus mecanismos ainda não foram completamente esclarecidos, embora reconhecido. Evidências experimentais recentes em estudos com animais vêm indicando que os centros de controle cardiovascular do sistema nervosos central (SNC) parecem sofrer modificações morfológicas após um período de treinamento físico. Assim, o objetivo do presente estudo foi verificar através de uma revisão de literatura as possíveis alterações morfológicas do SNC ao EA. Pudemos observar com este trabalho que os centros de controle cardiovascular, podem sofrer alterações estruturais após um período de EA. Dentre todas as alterações observadas, encontramos que o núcleo do trato solitário, hipotálamo posterior, substância cinzenta periarquedutal e região rostral ventrolateral são as principais regiões que positivamente se associam ao EA realizados com regularidade. Por outro lado às adaptações associadas ao efeito agudo e crônico não ocorrem da mesma forma, sendo que uma das principais repostas agudas observadas no exercício agudo é a vasodilatação endotélio dependente e a inibição do SNS através da ação dos barorreceptores. Por outro lado, as alterações crônicas se associam com mudanças na estrutura vascular, que positivamente podem contribuir com os efeitos benéficos da atividade física regular no controle da pressão arterial. Estas alterações parecem ser pelo menos em parte, responsáveis pela redução da descarga simpática e consequente redução da pressão arterial comumente observada após um período de treinamento.