Resumo

INTRODUÇÃO: A obesidade infanto-juvenil vem se mostrando crescente e preocupante em países em desenvolvimento, como no Brasil e é uma doença considerada um problema de saúde pública. Evidências apontam que o sedentarismo, inatividade física e a dieta desequilibrada são determinantes para a transição nutricional na faixa pediátrica. Dessa forma essa faixa etária é um grupo vulnerável e o impacto dos maus hábitos alimentares e de atividade física sobre o estado nutricional, o objetivo desse trabalho foi analisar o estado nutricional antropométrico, atividade física e consumo alimentar dos escolares do nível fundamental nos anos de 2015 e 2017. MÉTODOS: Estudo observacional de caráter epidemiológico, com escolares matriculados na rede municipal de ensino da cidade de Santa Cruz/RN. A amostra inicial envolvia todos os 1200 alunos regulamente matriculados nos primeiros cinco anos de todas as escolas da rede municipal de ensino. Realizou-se a avaliação antropométrica a partir do (IMC/idade), a atividade física e o consumo alimentar foram avaliados através de questionários auto-aplicados referentes ao dia anterior, e previamente validados para essa faixa etária especificamente. A prática de atividade física foi quantificada pelos equivalentes metabólicos de tarefa (METs) e categorizada em sedentário (S), atividade física leve (AFL), atividade física moderada (AFM) ou atividade física vigorosa (AFV). O consumo alimentar foi classificado baseando-se no processamento dos alimentos agrupando-os em três classes: in natura e minimamente processados, processados ou ultraprocessados. RESULTADOS: Foram avaliados 1571 escolares da rede pública da área urbana do município de Santa Cruz/RN, distribuídos em oito escolas, nos anos de 2015 e 2017. Em todos os diferentes estados nutricionais, os escolares apresentaram alta prevalência de S/AFL. O excesso de peso foi diagnosticado em 26,9% e 31,5% dos escolares, nos anos de 2015 e 2017, respectivamente, e os escolares com excesso de peso apresentavam a menor prevalência de S/AFL comparado com os eutróficos ou com baixo peso, assim como também maior consumo de alimentos processados no almoço e consumo de alimentos ultraprocessados em todas as refeições do dia. CONCLUSÃO: Foram verificadas alterações no estado nutricional, mostrando aumento do baixo peso e da obesidade, redução de consumo de alimentos in natura e minimamente processados, alto consumo de alimentos processados no almoço e ultraprocessados, alta frequência de sedentarismo e baixa AFM e AFV nos dias avaliados.

Referência: BEZERRA, Ricardo Andrade. Alterações no estado nutricional antropométrico, atividade física e consumo alimentar em escolares de Santa Cruz/RN: um estudo de base populacional. 2018. 61f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.

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