Resumo
A abordagem individual e biológica de compreensão da atividade física vem sendo paulatinamente ampliada para dimensões das esferas social e ambiental, na produção do conhecimento em epidemiologia. Ao delinear este importante avanço, do ponto de vista dos determinantes, a mensuração da prática de atividade física com metodologias objetivas, como a acelerometria, também demarca um ponto essencial no amadurecimento da área. No acompanhamento dos 6-7 anos da coorte de 2004 em Pelotas-RS, crianças foram estudadas na clínica de pesquisa e receberam acelerômetro de pulso para uso em dias seguintes à visita. Para além da caracterização nesta faixaetária, certamente a atividade física será um indicador relevante para os futuros seguimentos da coorte. Paralelo ao trabalho de acelerometria, foi realizado um inquérito nas escolas de ensino fundamental da área urbana. Ao visitar as escolas utilizamos um instrumento contemplando contato com representante escolar e observação do ambiente físico relacionado à atividade física. Foram estudadas as questões relacionadas ao recreio, aula de Educação Física, atividades físicas extracurriculares e espaços físicos. A hipótese de efeito do ambiente escolar na prática de atividade física aos 6-7 anos foi investigada a partir de análise multinível, considerando o caráter contextual da escola. A presente abordagem identificou ausência de relação entre variáveis biológicas do nascimento e atividade física aos 6-7 anos, uma marcante representação de indicadores socioeconômicos e ainda limitada influência do ambiente escolar na atividade física da criança nos primeiros anos escolares. Palavras-chave: atividade física; estudos de coorte; epidemiologia; ambiente.