Resumo

O envelhecimento está associado à diminuição do balanço autonômico, o qual pode ser avaliado pela Variabilidade da Frequência Cardíaca. O treinamento físico melhora o balanço autonômico, mas existe uma lacuna na literatura científica a respeito da variabilidade da frequência cardíaca de atletas máster de potência (velocidade) e endurance. OBJETIVO: Avaliar os feitos do treinamento físico de endurance e potência (velocidade) praticados ao longo da vida sobre o balanço autonômico cardíaco de atletas máster e compará-los com seus pares por idade e jovens não-atletas. MÉTODOS: Participantes (n=81) foram 8 atletas máster de potência (MS; 51.8±11.1 anos), 8 atletas máster de endurance (EN, n=8, 53.6±8.6 anos), 17 indivíduos pareados por idade (CON, 47.47±6.00 anos) e 48 jovens nãoatletas (YC, 25.40±3.87 anos). Para a aquisição dos intervalos R-R (iRR) foi utilizado o monitor cardíaco (Polar RS800X Heart Rate Monitor®), os participantes permaneceram sentados por 15 minutos, sendo considerados para análise de dados apenas os 10 minutos finais. A variabilidade da frequência cardíaca foi mensurada usando o software Kubios. A análise de variância ANOVA one-way para medidas repetidas foi aplicada. RESULTADOS: Em todos os parâmetros estudados não houve diferenças entre MS e EN {Domínio do tempo [FC (bpm) 59.00±6.13 vs. 58.94±12.75], [R-R (ms) 1030.45±107.45 vs. 1068.77±206.17], [SDNN (ms) 57.35±20.07 vs. 80.66±71.07], [RMSSD (ms) 40.88±20.07 vs. 38.93±20.44]; Análise não-linear [SD1 (ms) 28.93±14.20 vs. 27.56±14.46]}, ambos demonstraram redução da frequência cardíaca e elevação dos valores médios dos intervalos R-R em comparação ao YC {[FC (bpm) 69.64±9.81]; [R-R (ms) 883.93±124.11]} e indivíduos pareados por idade {[FC (bpm) 70.06±6.63]; [R-R (ms) 865.11±78.39]}. Foram observados baixos de variabilidade da frequência cardíaca para os indivíduos pareados por idade CON {[RMSSD (ms) 20.23±5.87], [SDNN (ms) 37.79±10.15] and [SD1 (ms) 14.31±4.15]} quando comparados aos YC {[RMSSD (ms) 43.33±26.41], [SDNN (ms) 67.07±28.77] and [SD1 (ms) 30.66±18.69; p<0.05]}. Essa última diferença relacionada com a idade não foram observadas nos atletas de MS nem END. CONCLUSÃO: Para atletas máster, independentemente de serem treinados em endurance ou potência (velocistas), ambos os modos de treinamento revelaram ser igualmente benéficos em atenuar os efeitos do envelhecimento no equilíbrio autonômico.

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