Análise das Affordances do Ambiente Domiciliar de Crianças Pré-escolares: Um Estudo em Função da Renda Familiar
Por Gislaine Contessoto Pizzo (Autor), Andressa Ribeiro Contreira (Autor), Francielli Ferreira da Rocha (Autor), José Roberto Andrade do Nascimento Junior (Autor), Lenamar Fiorese (Autor).
Em Caderno de Educação Física e Esporte v. 13, n 1, 2015. Da página 79 a 89
Resumo
Este estudo objetivou investigar as affordances do ambiente domiciliar de crianças pré-escolares de 36 a 42 meses de idade em função da renda familiar. Participaram do estudo 83 pré-escolares regularmente matriculados em quatro Centros Municipais de Educação Infantil do município de Maringá/PR. Para verificar a affordances do ambiente familiar, a renda familiar e a escolaridade dos pais, foi utilizado o questionário Affordances in the Home Environment for Motor Development (AHEMD-SR). Para análise dos dados, foram utilizados os testes de Kolmogorov-Smirnov, o Kruskal-Wallise U de Mann-Whitney, adontando-se valor p<0,05. Os resultados evidenciaram que crianças com baixa renda familiar apresentam maior estimulação motora (Md=3,5) quando comparadas com as crianças de média renda familiar (Md=2,5). Todavia, observou-se que as crianças pertencentes a famílias de alta renda possuem mais affordances para o desenvolvimento da motricidade fina quando comparadas às crianças de baixa renda (p=0,005). Já na dimensão de motricidade grossa, verificou-se que crianças de média renda familiar apresentaram ambiente mais favorável para o desenvolvimento de tal habilidade em detrimento às crianças de baixa renda (p=0,005). Concluiu-se que a renda familiar pode ser um elemento interveniente para as affordances relacionadas ao desenvolvimento das habilidades motoras grossas e finas, sendo que crianças pertencentes a famílias de melhor poder aquisitivo possuem maiores oportunidades de desenvolvimento. Por outro lado, crianças de baixa renda possuem mais affordances relacionadas à estimulação motora.