Análise da Influência do Nível de Experiência dos Atletas no Comportamento de Liderança do Treinador no Tênis de Mesa Nacional
Por Luiz Henrique Porto Vilani (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Os estudos na área da liderança no esporte têm buscado cada vez mais detalhes acerca das variáveis de influência que podem interferir no processo de relação treinador-atleta. O nível de experiência do atleta é uma destas variáveis que vem merecendo destaque em função das diferentes abordagens e classificações sobre o que representa ser experiente no esporte. Embora idade, experiência e maturidade não sejam conceitos equivalentes, as medidas destes conceitos têm ocorrido de forma paralela, como se fossem semelhantes em diversas pesquisas nesta área. O presente estudo buscou comparar como a experiência de atletas de tênis de mesa influencia em suas relações com o treinador no alto rendimento esportivo. 61 atletas (39 masculinos e 22 femininos), e 10 treinadores de 9 equipes nacionais fizeram parte deste estudo. A análise do comportamento de liderança do treinador foi realizada por meio de uma escala tipo likert de 5 pontos e 40 questões em 5 dimensões, a Escala de Liderança no Esporte - LSS, nas versões autopercepção do treinador e percepção do atleta. Uma relação entre as respostas dos atletas e seus respectivos treinadores permitiu a elaboração de um Índice de Congruência das Respostas dos Atletas e Treinadores - ICAT. Quatro níveis de experiências em competições nacionais foram estabelecidos: 1 vez ou menos, entre 2 e 5 vezes, entre 6 e 10 vezes e acima de 11 vezes. Além desta classificação, os anos de prática 0-2 anos, 3-4 anos e acima de 5 anos definiram o tempo de experiência dos atletas. Os resultados demonstraram que os atletas mais experientes em nível nacional e os atletas menos experientes apresentaram diferenças significativas em 3 das 5 dimensões do ICAT, treino e instrução (p=0.003), suporte social (p=0.01) e reforço (p=0.009). Para o antecedente "anos de prática", apenas a dimensão reforço (RF) apresentou diferença significativa (p=0.04). O nível de experiência dos atletas em competições nacionais demonstrou portanto ser um importante fator para uma relação mais estável entre os treinadores e atletas, apresentando maior congruência. Estes resultados reforçam que deve-se analisar cuidadosamente as pesquisas que consideram idade, experiência e maturidade como conceitos equivalentes. A participação em nível nacional mostrou-se um aspecto mais positivo na relação treinador-atleta do que o tempo de prática. Talvez, a qualidade das experiências vivenciadas no meio esportivo tenham um fator preponderante em relação ao próprio tempo de prática.