Aplicabilidade de Testes de Atividades de Vida Diária em Indivíduos com Insuficiência Cardíaca
Por Ywia Danieli Valadares (Autor), Krislainy de Sousa Corrêa (Autor), Bruna Oliveira Silva (Autor), Cintia Laura Pereira de Araujo (Autor), Manuela Karloh (Autor), Anamaria Fleig Mayer (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 17, n 5, 2011.
Resumo
A limitação nas atividades de vida diária (AVD) por dispneia é um achado comum nos pacientes com insuficiência cardíaca (IC), classe funcional III e IV. A avaliação específica da limitação nas AVD poderia ser utilizada como parâmetro de evolução da doença e de resposta terapêutica. Entretanto, há uma escassez de instrumentos de avaliação das AVD nessa população. Dessa forma, o objetivo do estudo foi verificar a aplicabilidade da escalaLondon Chest Activity of Daily Living (LCADL) e do teste de AVD-Glittre (TGlittre), na avaliação da limitação funcional de indivíduos com IC classe funcional III e IV. Participaram do estudo 10 pacientes (57 ± 9 anos; 27,5 ± 4,5kg/m2) de ambos os sexos com diagnóstico clínico de IC classe funcional III e IV e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) 34 ± 7%, foram avaliados: espirometria, índice de massa corpórea (IMC), escala LCADL, teste de caminhada de seis minutos (TC6min), TGlittre, escala Medical Research Council (MRC) e questionário SF-36. Os pacientes apresentaram, em média, escore da escala LCADLtotal de 27,7 ± 12,1 (LCADL%total: 41,5 ± 16,9) e tempo do TGlittre de 6,3 ± 4,8 minutos, encontrando-se correlação positiva entre eles (r = 0,88; p < 0,05). O LCADL%total correlacionou-se com o TC6min (r = -0,83), FEVE (r = -0,64), MRC (r = 0,68) e domínio capacidade funcional (CF) do SF-36 (r = -0,63), com p < 0,05. O TGlittre correlacionou-se com o TC6min (r = -0,90), FEVE (r = -0,66) e CF do SF-36 (r = -0,69), com p < 0,05. Conclui-se com o estudo que a escala LCADL e o TGlittre têm aplicabilidade em pacientes com IC classe III e IV, apresentando associação com a FEVE, com a distância percorrida no TC6min, grau de dispneia e qualidade de vida