Resumo


Nas primeiras décadas do século XX um conjunto de atores e grupos sociais percebeu a necessidade de construir espaços complementares e, em alguns casos, alternativos, à forma escolar estatal que estava em pleno desenvolvimento na Argentina. Entre os espaços pensados para transmitir e impor certos preceitos destacaram-se os recreios infantis. Para além das fortes disputas ideológicas e políticas que ocorriam nas primeiras décadas do século passado na Argentina, houve um forte consenso sobre a necessidade de dispor de espaços recreativos para a população infantil. No entanto, os fins, os sentidos e os significados postos em circulação entraram rapidamente em colisão dependendo do grupo social de origem, da ideologia professada e da forma de conceber “o político”. Grupos de socialistas, anarquistas e de diferentes congregações religiosas (por exemplo, os salesianos) implementaram recreios infantis na Argentina. Aqueles espaços de sociabilidade puseram em circulação uma série de sentidos e significados sobre diferentes tópicos, entre eles a “questão sexual”. Essa comunicação indaga os significados que foram produzidos, transmitidos e se fizeram circular em relação à diferença sexual, à feminilidade e à masculinidade, na Argentina.
 

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