Arremesso de Medicine Ball Prediz Potência de Membro Superior em Jogadores de Rugby
Por M. A. F. J. Leite (Autor), H. R. Zanetti (Autor), J. E. Sasaki (Autor), G. R. Mota (Autor), C. L. Monteiro (Autor), E. L. Mendes (Autor).
Resumo
No Brasil, a aderência à prática do rugby aumentou de forma acentuada nos últimos anos, principalmente entre jovens universitários. Como outros esportes coletivos de invasão, o rugby apresenta grande variabilidade de ações motoras e intensidades de esforços intermitentes, exigindo dos atletas altas demandas de agilidade, velocidade, força, potência muscular e anaeróbia, indiferentemente da posição ocupada em campo. A principal capacidade que envolve essa modalidade, destaca-se a potência muscular, devido a exigência da mesma em movimentos e gestos motores decisivos durante uma partida, como passes e lançamentos. Nesse sentido, existe a necessidade da prescrição de treinos de potência baseadas em estimativas indiretas, a fim de facilitar e otimizar o processo de treinamento desportivo. Sendo assim, o objetivo do estudo foi verificar a concordância e predição da potência muscular de membros superiores (PMMS) a partir da distância do teste de Arremesso de Medicine Ball (AMB) em jogadores de rugby. Participaram do estudo 18 jogadores amadores de rugby (11 homens), que realizaram o teste de AMB e após 48 horas o teste de repetição máxima (1RM) no exercício de supino reto na barra guiada (SRBG). Em seguida (após 48 horas), todos realizaram o teste PMMS no exercício SRBG com acelerômetro Myotest®, a 30, 40, 50 e 60% de 1RM separados por internava-los de 5 minutos para cada intensidade. Na análise de dados, foi empregado o teste de Pearson para verificar a correlação entre os valores de PMMS e a distância de AMD. A regressão linear foi utilizada para derivar a equação de predição da potência a partir da distância no AMB. O teste t Student foi usado para verificar a diferença entre os valores preditos e reais, utilizando os valores obtidos pelo Myotest® como referência. O método leave-one-out foi adotado para aferir o erro da equação em subconjuntos da amostra. O modelo de Bland-Altman verificou a concordância entre potência predita pelo AMB e valores obtidos do Myotest® de forma absoluta e relativa à massa isenta de gordura (watts/kg). Foi evidenciado que para os distintos percentuais de 1RM testados, houve correlações satisfatórias entre os métodos (r=0,834, 0,879, 0872 e 0,854, respectivamente às intensidades). O viés de medida na análise absoluta foi de -1,46 watts (p<0,05). Na análise relativa foi verificado o viés de 0,0071 watts/kg (p<0,05). Contudo o teste de AMB possui alta concordância com os valores reais da PMMS e verificou-se que a equação elaborada no estudo possui alta acurácia para predizer a PMMS em jogadores de rugby de ambos os sexos.