Resumo

O objetivo desta pesquisa é compreender como as relações de gênero perpassam a prática do futebol quando meninas e meninos treinam juntos. Para tanto, realizamos uma pesquisa etnográfica em uma escola franqueada na cidade de Campinas/SP que contou com 22 idas a campo, 15 entrevistas semi-estruturadas e seis filmagens de treinos de uma turma mista de futebol, com alunos/as entre 13 e 28 anos. Estudamos as relações de gênero e observamos a participação de jogadores/as, pais, mães e professores. Os resultados apontam que, na escola pesquisada, os treinos dão ênfase a um ensino tradicional do futebol, enfatizando apenas os fundamentos técnicos. Além disso, os procedimentos utilizados não permitem que todos aprendam a prática do esporte e não consideram as habilidades individuais dos jogadores em relação às fases de ensino do jogo. Observamos que preconceitos de gênero são reproduzidos verbalmente e corporalmente pelo professor e pelos/as alunos/as, reforçando a hegemonia masculina no que tange a prática do futebol. O estudo também abriu novos olhares em relação aos significados da prática desse esporte como, por exemplo, a constatação de três fatores que estimulam o exercício do futebol no grupo pesquisado: jogar profissionalmente, cuidar do corpo e gostar dessa prática esportiva. 

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