Resumo

A associação da atividade física moderada a vigorosa (AFMV) e do comportamento sedentário (CS) realizados no contexto escolar com fatores de risco cardiovascular é inconclusiva. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar se a AFMV e o CS realizados durante o período escolar estão associados a fatores de risco cardiovasculares em escolares de 10 a 16 anos. Utilizou-se os dados da linha de base de um estudo clínico controlado não randomizado (“MEXA-SE”) realizado com alunos do 6º ao 9º ano de escolas de Florianópolis, Brasil. Dobras cutâneas, pressão arterial, teste de vaivém de 20 metros, glicemia de jejum, triglicerídeos, colesterol total, lipoproteína de alta densidade e contagem de glóbulos brancos foram mensurados. A AFMV e CS foram medidos objetivamente com acelerômetros. Foi preconizado um período mínimo de 180 minutos de uso para considerar o tempo válido e realizou-se regressão linear múltipla ajustada para idade, sexo e atividade física habitual. A AFMV foi associada positivamente com VO2 pico (?=0,17 ml.kg.min-1) e inversamente associada à soma das quatro dobras cutâneas (?=-0,96 mm), pressão arterial diastólica (?=0,36 mmHg), pressão arterial sistólica (?=-0,301 mmHg); triglicerídeos (?=-1,49 mg.dL-1) e fatores de risco cardiovasculares agrupados (?=-0,123). Houve também associação positiva do CS com fatores de risco cardiovascular agrupados (?=0,033). Conclui-se que a AFMV e o CS foram associados a fatores de risco cardiovasculares. Assim, a promoção de estratégias que visem aumentar a AFMV e reduzir o SB no contexto escolar pode impedir o aparecimento e o acúmulo precoce de fatores de risco cardiovasculares na adolescência.

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