Resumo

O excesso de peso na juventude está associado a menor prática de atividade física (AF) e os hábitos maternos demonstram ser importantes determinantes para os comportamentos dos filhos. OBJETIVO: Analisar a associação do tempo sedentário e em AF de mães e seus filhos com excesso de peso e a influência do excesso de peso materno.MÉTODOS: Foram avaliados n=128 participantes, sendo 64 crianças e adolescentes entre 7-17 anos com excesso de peso (10,2±3,2 anos; 43,5% meninas) e suas mães (41,8±5,6 anos). O excesso de peso para os filhos foi definido por pontos de corte de índice de massa corporal (IMC) específicos para sexo e idade (Cole et al., 2000) e para as mães ≥30 kg/m². Foi utilizado acelerômetro triaxial para mensurar o tempo sedentário, AF leve e AF moderada à vigorosa (em minutos/semana), comparados pelo teste U Mann-Whitney (mediana [Percentis 25-75]). A associação mães-filhos da acelerometria foi analisada por regressão quantílica, ajustada por idade e sexo dos filhos, idade materna e IMC de ambos.RESULTADOS: Comparadas aos filhos, as mães apresentaram maior tempo sedentário (3344.0 [2939.5-3859.5] vs. 2822.0 [2311.0-3464.0], p<0.001), menor AF leve (2052.0 [1746.0-2323.0] vs. 2253.0 [1823.0-2656.0], p=0.024) e menor AF moderada a vigorosa (91.0 [51.5-144.0] vs. 148.0 [85.0-255.0], p<0.001). Não houve diferenças significativas na acelerometria das mães e filhos de acordo com o excesso de peso materno. Na regressão ajustada, cada incremento de 1 minuto de AF leve materna correspondeu a ~0,5 minuto a mais na mediana de AF leve dos filhos (ß=0,48; IC95%: 0,12-0,83; p=0,010). Demais intensidades não demonstraram associação.CONCLUSÃO: O excesso de peso materno não influenciou a acelerometria de mães e filhos, enquanto a associação mães-filhos da AF leve sugere que promover a participação conjunta pode ser uma estratégia acessível e relevante para estimular um estilo de vida mais ativo.

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