Resumo

O estudo procura observar associações entre nível de prática de atividade física e variáveis das dimensões morfológica, funcional e fisiológica da aptidão física relacionada à saúde. A amostra foi constituída por 56 sujeitos, 35 mulheres e 21 homens. O nível de prática de atividade física foi determinado por estimativa da demanda energética, correspondente às atividades físicas do cotidiano. A dimensão morfológica foi analisada mediante informações quanto à quantidade e distribuição da gordura corporal, e ao índice de massa corporal. A dimensão funcional por intermédio de cálculo do consumo máximo de oxigênio. Os níveis de pressão arterial e dos lipídios/lipoproteínas plasmáticos foram utilizados para traduzir a dimensão fisiológica da aptidão física relacionada à saúde. O tratamento estatístico dos dados foi realizado através do estudo de correlação simples e parcial entre o nível de prática de atividade física e demais variáveis envolvidas no estudo. Os resultados apontam que o nível de prática de atividade física, entre homens, foi positivamente associado com consumo máximo de oxigênio e HDL-C, e negativamente associado com quantidade e distribuição da gordura corporal, índice de massa corporal, triglicerídios, relação colesterol total/HDL-C, VLDL-C e pressão arterial sistólica. Quando foram analisados os resultados do grupo feminino, encontrou-se associações positivas entre o nível de prática de atividades físicas, consumo máximo de oxigênio e HDL-C, e, associações negativas entre o nível de prática de atividade física e quantidade de gordura corporal. Após controle estatístico da gordura corporal e do consumo máximo de oxigênio, algumas correlações perderam magnitude, demonstrando que estas variáveis podem influenciar nas associações encontradas. Estes resultados nos levam a acreditar que o maior gasto energético através da prática de atividades físicas está associado com valores mais favoráveis nas variáveis de aptidão física relacionada à saúde, principalmente em indivíduos do sexo masculino, sendo que o consumo máximo de oxigênio e gordura corporal parecem modular esta relação. Em virtude destes aspectos, sugere-se incentivar a população para prática de atividades físicas, bem como participação em programas específicos para redução da gordura corporal e aumento da capacidade aeróbica, o que deverá induzir a diminuição dos fatores de risco predisponentes às doenças crônico-degenerativas.

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