Resumo

Introdução: Os benefícios da prática de atividades físicas na saúde cardiovascular são incontestáveis em diversas faixas etárias. No entanto, a análise do padrão (bouts) da atividade física e seu efeito na saúde cardiovascular, sinalizado pela modulação autonômica cardíaca, é pouco explorado em populações pediátricas. Objetivo: O objetivo geral da pesquisa foi analisar a relação entre a atividade física e o seu padrão e a variabilidade da frequência cardíaca em escolares de ambos os sexos da rede pública de ensino do município de Londrina-PR. Métodos: Os dois artigos presente nesta revisão buscaram: I) Revisar sistematicamente a literatura a respeito da atividade física (AF) e a variabilidade da frequência cardíaca em crianças e adolescentes (VFC); II) analisar a relação entre a AF e o seu padrão, com a variabilidade da VFC durante a adolescência em escolares da rede pública de ensino do município de Londrina-PR. I) Para a revisão, as bases de dados Pubmed, Cinahl, Sportdiscus e Scopus, foram consultadas e os seguintes critérios de inclusão foram adotados: i) ter investigado crianças ou adolescentes; ii) ter avaliado a AF e a VFC. Ao todo, foram localizados 1414 artigos, dos quais cumpriram os critérios para inclusão. Após atualização, mais três artigos foram incluídos, totalizando 19 artigos utilizados. II) O artigo original trata-se de um estudo observacional com delineamento transversal. Participaram do estudo 100 alunos, com idade aproximada de 15 anos, os quais passaram por avaliações antropométricas e anamnese. A atividade física foi obtida por acelerômetros (Actigraph) e foi utilizado o percentual de AF em cada intensidade, além do tempo gasto em bouts de diferentes comprimentos. A VFC em repouso foi obtida utilizando uma medida de curto prazo, de 10 minutos. Análises de comparações entre os sexos foram feitas com intuito de caracterizar a amostra, e para as análises de relações, modelos de regressão linear múltipla foram utilizados. Resultados: I) As evidências encontradas não são suficientes para elucidar a relação da AF com a VFC. Aparentemente, existe uma relação de intensidades maiores de AF com índices da VFC, entretanto, a relação com outras intensidades de AF ainda não é esclarecida. Estudos adicionais são necessários para esclarecer o papel da AF sobre a VFC em crianças e adolescentes. II) Meninos e meninas diferiram apenas na quantidade de AFV em minutos por dia. As análises de associação não apontaram resultados significantes para as diferentes intensidades de AF com a VFC. Quanto ao padrão, somente o tempo gasto em bouts de 5 a 9 min em AFM foi associado com o índice HF da VFC (β= 569,565; P=0,020.) Conclusão: A atividade física total não aparenta impactar a VFC de crianças e adolescentes. Permanecer em atividades físicas mais intensas por um maior período pode ser benéfico a saúde cardiovascular. Estudos com maior população, e com população engajada em maiores períodos de AF vigorosas são necessários.

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