Resumo

Vivemos em uma época onde as empresas, para subsistir no mercado nacional ou internacional, necessitam de grande produtividade a um custo competitivo. Estas condições levam, muitas vezes, à imposições de ritmos de trabalho intensos, jornadas prolongadas que, em alguns casos, associam-se a ambientes ergonomicamente inadequados. Objetivando evitar tais situações, são elaboradas normas que regulamentam as condições de trabalho, como é o caso da NR. 17 (segurança e medicina do trabalho, 1994). Ademais, programas de qualidade total são incentivados na tentativa de melhoria dos produtos nas empresas, visando também alcançar a qualidade dos recursos humanos. Buscando evidenciar alterações nos afastamentos e/ou sintomatologia conseqüente as lesões por esforços repetitivos (L.E.R.) de membros superiores, foi realizada com um grupo de 44 funcionários da empresa PROCERGS (Companhia de Processamento do Estado do Rio Grande do Sul) classificados como programadores, analistas e gerentes de sistemas, um programa de atividades preventivas de L.E.R. O programa consistia basicamente em atividades físicas no início do expediente, palestras orientadoras quanto a postura, e adequações ergonômicas dos postos de trabalho. Em uma entrevista inicial as queixas por problemas pertinentes a L.E.R. de membros superiores perfaziam um total de 50% da amostra estudada. Na constatação dos efeitos das atividades preventivas através da realização de uma segunda entrevista após o período de 4 meses da efetivação do programa, verificou-se que das 22 pessoas que referiram algum sintoma na entrevista inicial, 19 permaneciam na divisão e destes, 18 participaram das atividades preventivas. Dos 18 participantes, 13 tiveram suas queixas eliminadas ou pelo menos minimizadas, isto significa uma diminuição de 72,2% das queixas. Ademais, outros efeitos foram relatados pelos participantes, tais como diminuição de outras queixas, diminuição da tensão e do estresse, aumento da integração do grupo e da disposição para as atividades diárias. Convém ainda destacar a importância de um trabalho integrado entre educadores físicos, médicos do trabalho, fisioterapeutas, engenheiros do trabalho, psicólogos, assistentes sociais, e outros profissionais da área da saúde na busca de uma melhor qualidade de vida do homem.

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