Resumo

A recreação é uma atividade, sempre aplicada por um profissional capacitado, que traz aos seus participantes entretenimento, bem-estar físico e mental, alegria e prazer (MOYLES, 2006). Na recreação hospitalar as atividades recreativas passam a desempenhar uma forma de interagir com a criança hospitalizada e trazer a ela conforto, entretenimento e alegria em forma de atividades educativas e lúdicas (RAMOS, 2008). Segundo Oliveira (2008), as crianças hospitalizadas que participaram de alguma atividade de recreação obtiveram inúmeros benefícios, como mudanças de comportamento diante da hospitalização, interação e socialização com outras crianças e melhoria da capacidade de enfrentamento durante o período de internação. Referente ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente na resolução Nº 41 de outubro de 1995, toda criança tem o direito de desfrutar de projetos que envolvam a recreação hospitalar, ou ambientes propícios para essa prática, como brinquedotecas (Lei nº 11.104, de 21 de março de 2005). Este estudo, apresentado para a conclusão do curso de bacharelado em Educação Física de uma instituição de ensino superior, teve como objetivo identificar as instituições hospitalares públicas que desenvolvem projetos e atividades recreativas para crianças e ainda verificar se a recreação hospitalar por meio das atividades recreativas desempenha uma interação com a criança hospitalizada, em forma de atividades educativas e lúdicas. O estudo, de caráter quantitativo, foi realizado por meio da aplicação de questionários, com vinte e três profissionais ou voluntários de dois hospitais da cidade de Curitiba e região metropolitana, que desenvolvem intervenções de recreação hospitalar infantil. Os resultados encontrados com relação à qualificação apontaram que 34,8% não possuem graduação, ou seja, eram voluntários ou participavam de ONGS e 39,1% possuem ensino superior em licenciatura e/ou bacharelado nas áreas de educação física, pedagogia e enfermagem. Apenas um dos profissionais possui especialização na área de recreação hospitalar. Em relação às atividades e a abordagem utilizada, as músicas e brincadeiras foram as mais citadas pelos entrevistados com 34,8% e a conversa ou contação de histórias com 30,4% foram as mais citadas como forma de interagir com a criança hospitalizada. Quanto aos benefícios, mais de 90% dos entrevistados afirmam que existem benefícios da recreação hospitalar no âmbito hospitalar infantil, especialmente a importância da melhora psicológica e a alegria, as quais obtiveram igual porcentagem (33,3%). Conclui-se com base na pesquisa que a maioria dos entrevistados não possui uma qualificação profissional adequada, destaca-se também a necessidade de as instituições hospitalares promoverem espaços para formação de voluntários nessa temática, e assim ampliar e colaborar na formação continuada dos profissionais. Sugerimos a continuidade de pesquisas que abordem o tema deste estudo em outros espaços hospitalares a fim de ampliar os dados de análise e aprofundar a compreensão acerca da importância das atividades lúdicas para crianças em situação de hospitalização.

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