Resumo
Talvez a relação mais distante feita entre os esportes modernos e as práticas antigas seja a respeito do Atletismo. Muitos memorialistas do esporte defendem que, desde o surgimento do homo sapiens, este praticava o Atletismo, já que saltar, correr ou andar eram características típicas de espécies desenvolvidas (mamíferos, sobretudo) e que, acrescidas do arremessar (este sim, tipicamente humana) estão presentes desde tempos remotos, sendo a base dos movimentos utilizados na prática do referido esporte moderno. Teoria completamente oposta à defendida por grande parte dos historiadores e sociólogos esportivos contemporâneos, que acreditam em provas empíricas de que o esporte surgiu apenas após o período da Revolução Industrial, na Inglaterra. Foi a partir desse momento impactante que práticas físicas passaram a ser feitas com um único intuito, justificado em si mesmo, ou seja, em contraposição aos fins de sobrevivência e utilitarismo que, por muito tempo, configuraram àquelas práticas remotas – como é o caso do arremesso, do salto e da corrida para aqueles homens que se utilizavam dessas técnicas para obter alimento, fugir de animais e/ou matá-los, etc. Outra característica fundamental para que uma prática física passe a ser considerada um esporte é a criação de instituições regulamentadoras e regras universais, a ponto de permitir que esta seja praticada da mesma maneira em qualquer parte do mundo.