Atributos Pessoais de Crianças Surdas em Um Projeto de Atividades Motoras
Por Mirian de Fátima Zanandrea (Autor), Daniel Zacaron (Autor), Víviam Santin Tremea (Autor), Maria Helena da Silva Ramalho (Autor), Rodrigo Flores Sartori (Autor), Fabiana Valdemarca Lucca (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A participação e o envolvimento de crianças em atividades extracurriculares têm
chamado a atenção como fator importante para o desenvolvimento infantil. Uma
destas oportunidades vem acontecendo em um contexto de aprendizagem na FSG
com crianças surdas no projeto Viver a Infância. Dessa forma, considera-se essencial
avaliar se esses contextos atendem as necessidades das crianças na perspectiva da
atividade motora.Assim, o presente estudo buscou analisar as características pessoais
das crianças surdas inseridas nesse projeto. Participaram 18 crianças com idade entre
3 e 7 anos, de ambos os sexos. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado
uma matriz de observação construída a partir dos elementos da Teoria Bioecológica
(BRONFENBRENNER & MORRIS, 1998) e o Modelo de Inteligência Motora (KREBS,
2000). Os dados foram coletados durante o segundo semestre de 2005. Como
resultado deste estudo pode-se perceber que os aspectos observados estiveram
relacionados às três competências propostas por Krebs, evidenciando-se pólos
positivos e negativos. Dentre as mudanças observadas na competência físicocinestésica pode-se perceber forças qualitativas como interesse, curiosidade, satisfação
e iniciativa para a realização das atividades motoras, além de habilidades e competências
necessárias para a realização. Para as mudanças nas características relacionadas as
competências percepto-cognitivos, observou-se, sobretudo, aspectos positivos, como
compreensão das atividades e estratégias nos jogos realizados, principalmente
relacionados aos jogos simbólicos. Quanto às competências sócio-emocionais podese evidenciar que os aspectos negativos se sobressaíram em relação aos positivos,
destacando-se a dificuldade de relacionamento nas atividades em grupo, falta de
habilidade para negociar durante o brinquedo e momentos de agressividade. Podese concluir que para que ocorra a aprendizagem por meio de atividades motoras,
não apenas nas competências físico-cinestésicas e percepto-cognitivas, mas também
pelas interações sociais estabelecidas ao longo do processo, o desenvolvimento social
e emocional de todas as pessoas, é necessário, e fundamental, a interação entre os
participantes (professores, crianças e pais), com seus diferentes graus de experiência