Resumo

Na tentativa de explicar e predizer fenômenos no esporte, com foco em atletas e treinadores, diversas pesquisas foram direcionadas a diferentes atributos pessoais e grupais. Dentre estes atributos encontramos a autoeficácia, um fenômeno estudado intensamente por pesquisadores no cenário internacional, porém a produção e publicação de estudos sobre este construto é bem divergente nestes cenários e nas diferentes áreas de conhecimento da Psicologia. No que diz respeito à autoeficácia no esporte, essa está diretamente relacionado com fenômenos psicológicos como motivação, ansiedade, estresse, autoconfiança e desempenho esportivo, sendo indispensável compreender que o comportamento no esporte é dinâmico, complexo e multideterminado por fatores de ordem pessoal, comportamental e ambiental. Autoeficácia no esporte é definida como as crenças do indivíduo relacionadas à sua capacidade de executar uma ação em determinado curso de tempo em um esporte específico, apresentando uma implicação direta sobre o desempenho das habilidades. A percepção de autoeficácia deve ser vista como auto crença que influencia nas escolhas das pessoas, no que elas desejam fazer, na sua motivação e na perseverança frente às dificuldades, produzindo um forte impacto sobre os pensamentos, os afetos, a motivação e a ação. As fontes de eficácia são o produto de um processo complexo de autoavaliação e auto persuasão que são inseridos nos processos cognitivos de várias fontes de informação. Com base no modelo teórico de Bandura (1977), Feltz (1988; 1994) a autoeficácia no esporte é composta por seis fontes de informação: desempenhos realizados no passado, experiências vicárias, persuasão verbal, indicadores fisiológicos, indicadores emocionais e experiências imaginativas. As fontes de autoeficácia no esporte são semelhantes às definidas por Bandura (1977), porém com alguns acréscimos e alterações de nomenclatura para melhor se posicionarem no contexto esportivo. A investigação também tem sublinhado alguma fragilidade da avaliação do construto e novos avanços na área da medição são necessários. As medidas de autoeficácia estendem-se desde as medidas específicas para tarefas concretas muito diversas, até medidas de autoeficácia mais generalizadas e relativamente independentes do contexto. Para proceder ao estudo da autoeficácia são necessários instrumentos válidos, ainda não existentes, em particular, no caso da avaliação da autoeficácia nos jogos coletivos.

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