Barreiras à Prática da Atividade Física em Crianças com Autismo de Uma Cidade de Médio Porte do Sul do Brasil
Por Gabriele Radunz Kruger (Autor), Werner de Andrade Müller (Autor), Alexandre Carriconde Marques (Autor), Felipe Fossati Reichert (Autor).
Em XVI Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O autismo caracteriza-se por um déficit na interação social, comunicação e presença de comportamentos restritos e estereotipados. Tais déficits podem ser amenizados com a prática regular de atividades físicas, entretanto diversas são as barreiras que interferem nesse comportamento. Deste modo, o objetivo deste estudo foi descrever as barreiras à prática de atividade física em crianças de quatro a 10 anos de idade, com autismo, residentes em Pelotas, RS, Brasil. Os participantes foram selecionados a partir das instituições de atendimento de crianças com autismo da cidade e os pais ou responsáveis, após o preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido, responderam um questionário para verificar as barreiras à prática de atividade física que abrangeu aspectos ambientais, sociais e pessoais. O presente estudo atendeu todos os requisitos éticos em pesquisa no Brasil. Foram identificadas 73 crianças, das quais 90,4% eram do sexo masculino e 31,5% foram classificadas como fisicamente ativas. Em relação às barreiras, as mais relatadas foram: ausência de projetos sociais para inserção da criança em programas de atividade física (97,3%); falta de recomendação por algum professor de educação física (65,8%); não ter companhia dos amigos para a prática (57,5%); preferência por outras atividades (57,2%) e a falta de dinheiro para realizar atividades físicas (56,2%). Assim, salienta-se a necessidade da criação de políticas que facilitem o acesso à prática de atividades físicas, nas esferas ambientais e sociais, de crianças com autismo. Além disso, enfatiza-se a importância de uma atenção maior para a promoção de saúde e atividade física nesta população.