Resumo

O autismo caracteriza-se por um déficit na interação social, comunicação e presença de comportamentos restritos e estereotipados. Tais déficits podem ser amenizados com a prática regular de atividades físicas, entretanto diversas são as barreiras que interferem nesse comportamento. Deste modo, o objetivo deste estudo foi descrever as barreiras à prática de atividade física em crianças de quatro a 10 anos de idade, com autismo, residentes em Pelotas, RS, Brasil. Os participantes foram selecionados a partir das instituições de atendimento de crianças com autismo da cidade e os pais ou responsáveis, após o preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido, responderam um questionário para verificar as barreiras à prática de atividade física que abrangeu aspectos ambientais, sociais e pessoais. O presente estudo atendeu todos os requisitos éticos em pesquisa no Brasil. Foram identificadas 73 crianças, das quais 90,4% eram do sexo masculino e 31,5% foram classificadas como fisicamente ativas. Em relação às barreiras, as mais relatadas foram: ausência de projetos sociais para inserção da criança em programas de atividade física (97,3%); falta de recomendação por algum professor de educação física (65,8%); não ter companhia dos amigos para a prática (57,5%); preferência por outras atividades (57,2%) e a falta de dinheiro para realizar atividades físicas (56,2%). Assim, salienta-se a necessidade da criação de políticas que facilitem o acesso à prática de atividades físicas, nas esferas ambientais e sociais, de crianças com autismo. Além disso, enfatiza-se a importância de uma atenção maior para a promoção de saúde e atividade física nesta população.

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