Betabloqueio com Atenolol Não Reduz Potência Aeróbia Nem Muda Limiares Ventilatórios em Hipertensos Sedentários
Por Dinoelia Rosa de Souza (Autor), Ricardo Saraceni Gomides (Autor), Luiz Augusto Riani Costa (Autor), João Ricardo Cordeiro Fernandes (Autor), Katia Coelho Ortega (Autor), Décio Mion Jr (Autor), Tais Tinucci (Autor), Cláudia Lúcia de Moraes Forjaz (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 19, n 5, 2013.
Resumo
INTRODUÇÃO: O exercício aeróbio é recomendado para o tratamento da hipertensão. Sua intensidade pode ser prescrita com base na porcentagem da frequência cardíaca máxima (%FCmáx) ou no consumo pico de oxigênio (%VO2pico) em que os limiares ventilatórios (LV) são alcançados. Entretanto, alguns hipertensos que iniciam o treinamento podem estar tomando betabloqueadores, o que pode influenciar esses parâmetros.
OBJETIVO: verificar os efeitos do atenolol sobre os LV de hipertensos sedentários.
MÉTODOS: Nove voluntários realizaram dois testes ergoespirométricos máximos após quatro semanas de tratamento com atenolol (25 mg administrado por via oral duas vezes por dia) e com placebo, administrados em ordem fixa e de forma cega. Durante os testes, a frequência cardíaca (FC), a pressão arterial (PA) e o VO2 no repouso, limiar anaeróbio (LA), ponto de compensação respiratória (PCR) e pico do esforço foram analisados.
RESULTADOS: O VO2 aumentou progressivamente no exercício e seus valores foram semelhantes nos dois tratamentos. A PA sistólica e a FC também aumentaram no exercício, mas seus valores absolutos foram significativamente menores com o atenolol. Porém, o aumento da PA sistólica e da FC no exercício foi semelhante com os dois tratamentos. Assim, o percentual da FCmáx e o percentual do VO2pico em que LA e PCR foram alcançados não diferiram entre o placebo e o atenolol.
CONCLUSÃO: O atenolol na dosagem de 50 mg/dia não afetou o percentual do VO2pico e da FCmáx em que os LV são atingidos, o que confirma que a prescrição de intensidade de treinamento com base nessas porcentagens pode ser mantida em hipertensos que recebem betabloqueadores.