Caracterização Fisiológica de Uma Série de Produção e Tolerância à Acidose Para Nadadores
Por M. A. D. P. Calças (Autor), R. A. Barbieri (Autor), A. R. A. Alves (Autor), Marcelo Papoti (Autor), E. Z. F. Campos (Autor), Ronaldo Bucken Gobbi (Autor), C. A. Kalva-filho (Autor).
Resumo
Durante o treinamento em natação, frequentemente são aplicadas sessões com objetivo de potencializar a produção de lactato e aprimorar a tolerância do nadador a acidose. Entretanto, poucos estudos investigaram as respostas fisiológicas relacionadas a sessões de treinamento com estas características. Com isso, o objetivo do presente estudo foi caracterizar as respostas fisiológicas e de desempenho, observadas durante uma sessão específica de produção e tolerância à acidose. Dezoito nadadores (20±3anos) participaram do presente estudo, sendo submetidos a 10 esforços máximos de 50m separados por 150s de recuperação passiva. A cada esforço foram determinados o tempo (software Kinovea®), a lactacidemia ([La-]) e a percepção subjetiva de esforço (PSE). A taxa de tolerância a acidose (TA) foi determinada por meio de equação previamente utilizada (TA =Σ([La-].tempo de esforço-1).6-1). As possíveis diferenças entre as variáveis fisiológicas observadas durante a sessão de treinamento, foram evidenciadas por meio da análise de variância para medidas repetidas (ANOVA) seguida pelo Posthoc de Bonferroni (p<0,05). A velocidade média durante a sessão de treinamento foi de 1,62±0,21m.s-1 (tempo médio = 31,32± 3,83s), com [La-] de 10,97±2,68mmol e PSE de 14,30 ± 2,66 u.a.. A TA foi 0,30±0,15mmol/seg durante a sessão. Desse modo, do início ao final da sessão de treinamento, foram observados aumentos de 225,97±160,01% para as [La-], 81,81±50,22% na PSE e 235,40±155,01% para a TA. A velocidade diminuiu 2,27±3,04%. As [La-] e a TA, aumentaram significativamente até o quinto esforço (225,97±160,01% e 235,40±155,01%, respectivamente) (p< 0,05). A velocidade média nos 50m diminuiu significativamente a partir do quinto esforço (1,61±0,63 m/s) até o nono esforço (1,59±0,69 m/s) (p< 0,05). Não foram observadas diferenças significativas entre as velocidades do primeiro esforço (1,66±0,70 m/s) e do décimo esforço (1,62±0,28 m/s) (p< 0,05). A PSE aumentou significativamente e progressivamente a partir do terceiro esforço (12,5±5,15 u.a.) (p< 0,05). Desse modo, os resultados do presente estudo demonstram que a sessão de treinamento proposta foi capaz de elevar as [La-], sendo cinco esforços necessários para a estabilização das mesmas e para o aumento da sensação de desconforto (i.e. aumento na PSE).