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INTRODUÇÃO:

Mesmo com a cientificidade em termos de treinamento esportivo e acompanhamento dos atletas por equipe técnica multidisciplinar, muitas são as lesões acometidas pelos mesmos. Neste sentido, com o intuito de verificar se atletas amadores também apresentam acometimentos em grande escala, realizou-se este estudo com o intuito de analisar ss causas, as características e os tratamentos efetuados pelos mesmos. Assim sendo, objetivou-se identificar o perfil atlético; o tipo e o número de lesões apresentadas pelos atletas e o tratamento utilizado; o uso de proteção corporal especifica do esporte; identificação do número de cortadas e bloqueios realizados em treino e em competição, na percepção dos atletas, além de associar o tipo de lesão com o tempo de prática do Voleibol.

METODOLOGIA:


Participaram deste estudo de caráter diagnóstico descritivo, 15 atletas masculinos, amadores de voleibol que efetuam duas sessões de treinamento técnico-tático semanais, nas dependências da Universidade de Santa Catarina e competem pela mesma. Como instrumento de medida, utilizou-se um questionário com questões abertas e fechadas, construído cientificamente, para a qual obteu-se uma validade de conteúdo de 0,93, clareza com um índice de 1,00 e 0,87 de fidedignidade, obtido mediante o teste e reteste. Os dados coletados foram trabalhados com a estatística descritiva em termos de freqüência simples e para o cálculo de associação entre o tipo de lesões com o tempo de prática, utilizou-se o teste Qui-Quadrado com probabilidade de 0,05.

RESULTADOS:

O grupo apresentou média: de idade 19,4±4,2 anos; de estatura 175,8±9,2cm e peso 67,4±9,2Kg. Treinaram anteriormente em média 1,5±2,2 equipes, com tempo médio de 5,7 ± 3,7 anos. Atualmente treinam em média há 2,5±1,5 ano, com treinamento médio diário de 1,7±0,6 hora. Quanto às lesões, o segmento mais afetado foi o tornozelo, em 13 atletas; seguido da mão (12); ombro (8); joelho (8); punho (6); região lombar (5); cotovelo, abdômen e pés (3); panturrilha e dedos (2); coxa anterior, coxa posterior, braço e tórax (1). Ainda, seis atletas afirmam ter sofrido lesões no tornozelo na última temporada; cinco no ombro; dois: no cotovelo, no punho, na mão, na região lombar; um: na virilha, no dedo e no abdômen. Quanto à percepção de dores, 10/15 tem dor nos membros inferiores; 13/15 no tronco; 12/15 nos membros superiores, e oito não sentem dores pós-jogo ou pós-treino. Segundo os atletas, o bloqueio foi responsável por 15 lesões; a cortada por 12; manchete por seis; toque por outras quatro e o saque por três lesões. Quanto à utilização de equipamentos de proteção, 13 utilizam joelheiras; oito estabilizador/tensor; três munhequeira e dois tornozeleira; alguns utilizam mais de um equipamento e todos se preocupam com a qualidade do calçado esportivo. Apenas dois conseguem identificar a quantidade de cortadas que efetuam ao longo de um treino ou jogo. Não se encontrou associação entre o tipo de lesões com o tempo de prática (Qui-Quadrado de 0,98; probabilidade de 0,19).

CONCLUSÕES:

Conclui-se que o grupo pesquisado possui características homogêneas em termos de idade, estatura e peso, e treinam um tempo mínimo semanal em relação a equipes de alto nível. Com relação aos tipos de lesões, verifica-se que o tornozelo é o segmento mais afetado, podendo ser justificado pelo piso (cimento) que estes atletas treinam. Segundo os atletas, o bloqueio são os mecanismos onde mais ocorrem lesões, este fato pode estar apontando a deficiência técnica dos atletas. Na última temporada, os segmentos mais acometidos foram o tornozelo e o ombro e como tratamento de recuperação, os que o fazem, utilizam a fisioterapia. As dores percebidas após treino e jogo podem ser justificadas tanto pela falta de preparação física quando por falhas no tratamento de lesões Os atletas não têm noção de quantas cortadas fazem durante um treino ou jogo, no entanto, os impactos são os maiores causadores de lesões tanto no voleibol quanto em outros esportes, daí a importância da consciência tanto da repetitividade destes como da técnica adequada. Quanto a equipamentos de proteção individual, a maioria utiliza joelheira, e prima por um calçado específico para a modalidade. Parece que o tempo de prática não apresenta relação com o tipo de lesões neste grupo, reforçando a falta de aprimoramento técnico e a má qualidade do piso utilizado.