Circo social em abrigo de acolhimento: entre feiúras e bonitezas
Por Andresa de Souza Ugaya (Autor), Vinícius de Leon Silva (Autor).
Em IV Seminario Internacional de Circo - Inovação e Criatividade
Resumo
Na teia social desta pesquisa se entrelaçaram adolescentes retirados do convívio familiar, uma organização não-governamental, dois abrigos de acolhimento, a pedagogia do circo social e a educação física. Nessa tessitura objetivou-se perceber, compreender e refletir sobre o que uma ação educativa com as artes circenses era capaz de provocar em alguns espaços-tempo da vida dos adolescentes que ocupavam aqueles abrigos. Para trilhar esse caminho fora adotada a abordagem qualitativa, cujo método se ateve na pesquisa participante, na qual a participação no processo de construção do universo simbólico irá proporcionar novos aprendizados e sentidos, constituindo uma prática social coletiva através de ambas as partes (STRECK; ADAMS, 2011). As técnicas de coleta de dados foram: notas de campo, entrevistas, registros escritos e desenhos realizados pelos participantes. O processo de realização se estendeu de julho a dezembro do ano de 2015 e tivemos a presença de vinte adolescentes entre 12 e 17 anos. Para a ação educativa, adotouse o circo social que se configura em uma “articulação dos processos de ensino e aprendizagem da cultura das artes e habilidades circenses associada a conceitos pedagógicos, dando forma a metodologias de educação não formal que utilizam os fatores de ‘risco’ e ‘sedução’ como elementos centrais de atividades” (PERIM, 2010, p. 208). Para os adolescentes participantes, os quais são vítimas das mais diversas formas de violência, as oficinas circenses trouxeram brisas de alegria, momentos de compartilhamento, diversão e entusiasmo.