Colégio Estadual do Espírito Santo: Relatos da Educação Física e do Esporte em Seu Arquivo Institucional (1943-1957)
Por Denise Maria da Silva Ribeiro (Autor), Mariana Rocha Lucio (Autor), Omar Schneider (Autor), Wallace Rocha Assunção (Autor), Grasiela Martins Lopes Poleze (Autor), Thiago Ferraz Will (Autor).
Em XVIII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e V Conice - CONBRACE
Resumo
O estudo busca analisar o arquivo institucional do Colégio Estadual do Espírito Santo, entre os anos de 1943 e 1957, para compreender as práticas de ensino da Educação Física e do esporte no interior da instituição. Na análise, utilizamos os dados obtidos no arquivo escolar, que se constituem como fontes. São elas: as correspondências, ofícios, atas de admissão de funcionários e alunos, documentos da União Atlética Ginasial do Espírito Santo (Uages), uma agremiação esportiva fundada em 1934, como resultado dos esforços dos alunos do Ginásio Espírito Santo, atual Colégio Estadual.
Com base nos conceitos de representação desenvolvidos por Chartier (1991), buscamos analisar como se constituiu a história e a memória das práticas esportivas no arquivo institucional da escola, pois compreendemos que “Toda reflexão metodológica enraíza-se, com efeito, numa prática histórica particular, num espaço de trabalho específico. A análise das práticas que, diversamente, se apreendem dos bens simbólicos, produzindo assim usos e significações diferençadas” (PAES, 2004, p. 178).
O arquivo da escola é fonte importante para nosso estudo. Paes (2004, p. 20) nos informa:
O arquivo é uma fonte de documentos que é construída por uma instituição, pública ou privada, no decorrer da sua existência, com objetivo de registrar fatos e acontecimentos de um determinado local. A principal finalidade dos arquivos é servir à administração, constituindo-se, no decorrer do tempo, em base de conhecimento da história.
Mais que servir à administração, os arquivos servem aos historiadores que neles inferem sobre fatos do passado, fazendo-os falar mesmo contra as intenções de quem os produziu (BLOCH, 2001).
Nas escolas, o espaço destinado às documentações acumuladas é identificado como “arquivo morto”, supondo ser sem utilidade, porém essa é uma denominação inadequada aos arquivos permanentes. Em geral, as escolas não mantêm registro de suas atividades, das experiências e dos resultados obtidos e, na maioria das vezes, quando existe algum material escrito, ele pouco representa o que passa no seu cotidiano. Se houvesse um mínimo de organização na guarda de cada documento e um pouco de limpeza, isso contribuiria para que ele não fosse destruído pela ação do tempo, o que facilitaria o trabalho do pesquisador no uso dessas fontes e contribuiria para o estudo da história.