Resumo

Com intuito de contribuir nas ações de defesa, a Força Aérea Brasileira (FAB) possui aeronaves com alto grau desempenho afim de atender a demanda de vigilância nacional. Como em todas as ações de defesa aero navegadas, existe a interface homem-máquina, considerando que o avião A-29 Super Tucano é de última geração, o que minimiza a carga de trabalho do piloto. Entretanto, o Esquadrão de Demonstração Aéreo (EDA), popularmente conhecido como Esquadrilha da Fumaça, faz voos que impõe acrobacias de alta complexidade. Durante a etapa de preparação dos cadetes, existe demanda importante dos membros superiores, pela relação da força isométrica necessária para pilotagem segura e eficiente. O membro superior direito é o segmento responsável pela movimentação do manche, enquanto que o segmento esquerdo opera o painel de controle da aeronave executando ações que impõem uma menor carga de trabalho aos pilotos. Contudo a força de preensão manual poderia ser utilizada como medida preditora da força dos membros superiores como índice da funcionalidade desse segmento corporal. OBJETIVO: Comparar a força de membros superiores de pilotos da esquadrilha da fumaça pré e pós voo. MÉTODOS: Foram avaliados 5 pilotos da FAB, (média de idade 32±4 anos; experiência superior a 1000 horas de voo); massa corporal (80±6 Kg) e estatura (1,76±0,01). Os pilotos realizaram dois voos (manutenção e demonstração) com duração de aproximadamente 60 minutos. Foram coletados dados quanto a força dos membros superiores a partir do teste com o dinamômetro manual (KRATOS®) (Kgf-quilograma/força) da mão esquerda e direta, antes e depois de cada voo. Na análise estatística, utilizamos o teste t pareado com critério de significância p<0,05. RESULTADOS: Os resultados do voo manutenção apresentaram aumento de 6,87% na força da mão direita, a mão esquerda apresentou aumento de 12,92% ambos sem diferença significante (p>0,05) nas condições pré-pós voo. A força de preensão manual no voo demonstração, apresentou aumento de 3,41% (p>0,05), com destaque para o aumento da força da mão esquerda (14,59%-p<0,05) entre as condições pré-pós. CONCLUSÃO: Os resultados apontaram aumento na força de ambos os membros após os dois tipos de voo, o que contrariaram as hipóteses iniciais. O aumento da força do segmento esquerdo poderia ser explicado pela menor demanda funcional durante o voo. Hipotetizamos que o aumento da força se deva a maior ativação (PPA) pós voo, em função da condição isométrica no controle do manche e manuseio da aeronave.