Resumo

Caminhar em velocidades abaixo de 6 km/h e correr em velocidades acima de 8 km/h são eficientes e trazem benefícios ao organismo. Todavia, nessa faixa intermediaria de velocidade, não foi definida a melhor forma de locomoção. Portanto, se o trabalho realizado for maior que o custo de energia, ou viceversa,poderá trazer desordens ao funcionamento do organismo, condicionando-o ao estresse fisiológico, além disso, entender melhor os fatores que determinam a seleção do modo de locomoção seria um importante instrumento na prescrição de exercícios aeróbios. Deste modo, o objetivo desse estudo é comparar as respostas metabólicas, cardiorrespiratórias e do estresse fisiológico na intensidade de esforço anterior ao ponto de inversão calórica entre a caminhada e corrida, em homens jovens. Participaram do estudo 10 homens jovens ativos com as seguintes características: 24,2 ± 2 anos, 180,7 ± 3,8 cm e 79,5 ± 8,6 kg. Os sujeitos foram submetidos a um teste cardiopulmonar máximo em esteira, para determinação da aptidão cardiorrespiratória (48,1 ± 7,2 mL/kg/min). Para determinação da velocidade de transição foram realizados dois testes cardiopulmonares em esteira, um caminhando outro correndo, com carga inicial de 5 km/h com incremento de 0,5 km/h a cada minuto até a velocidade 9 km/h. A carga de transição entre a caminhada e a corrida foi determinada por meio da comparação do custo energético entre os dois modos de locomoção. A velocidade foi selecionada individualmente no ponto anterior da inversão calórica entre a caminhada e corrida. Os voluntários fizeram outros dois testes submáximos na carga de transição, um caminhando outro correndo, por 30 minutos. Foram realizadas coletas de sangue plasmático pré-teste, pós-teste e na fase de recuperação, 1, 2 e 4 horas após o termino do teste, M1, M2, M3, M4 e M5, respectivamente, para análise das variáveis: glicose; triacilglicerol (TG); colesterol total (CT) e frações HDL, LDL e VLDL; ácidos graxos livres (AGL), além do Lactato sanguíneo; Uréia; enzima creatina quinase (CK) e dos biomarcadores do estresse fisilógico, por meio das enzimas antioxidantes Superóxido Dismutase (SOD), Glutationa Peroxidase (GPx) e Grupamento sulfidrila (GS). Os resultados se mostraram homogêneos na maioria das variáveis, no entanto, a caminhada apresentou concentrações menores após o teste. Por outro lado os níveis plasmáticos do AGL aumentaram significativamente no M2 em relação aos valores obtidos na recuperação (M3). Também foi observada diferença nas respostas das enzimas antioxidantes SOD, que obteve seus níveis elevados no M5 em relação ao M2, para ambas as modalidades. Os dados apresentados não foram suficientes para determinar a melhor forma de locomoção entre caminhada e corrida, sugerindo que estudos futuros são necessários para elucidar melhor os fatores responsáveis pela escolha do melhor modo de locomoção, no entanto, a caminhada exerceu alterações significantes na oxidação dos substratos e ambos mostraram perfil antioxidante. Dessa forma, sugerimos que caminhar ou correr na velocidade estudada apresenta boas respostas metabólicas, cardiorrespiratórias e de estresse fisiológico, podendo ser utilizados na prescrição de exercícios aeróbios em indivíduos ativos.

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