Resumo

Introdução: Estudos de monitoramento de hábitos comportamentais tornaram prioridades na saúde pública, haja vista, verificar a possibilidade de proteção para o desenvolvimento de doenças não transmissíveis. Objetivo: Verificar mudanças ocorridas na exposição de Comportamentos de Riscos Concorrência à Saúde (CRCS) (tabagismo, consumo de álcool, baixos consumos de frutas e inatividade física) e seus fatores associados em adolescentes do ensino médio do estado de Sergipe, Nordeste do Brasil 2011-2016. Método: Trata-se de estudos epidemiológicos com delineamentos transversais com amostra representativa de estudantes do ensino médio da Rede Pública Estadual de Sergipe. A amostra foi composta por 7145 adolescentes (2011= 3528; 2016= 3617), com idade de 14 a 19 anos. Os dados foram coletados mediante questionário auto administrado, proposto pela OMS (Global Student Health Survey. GSHS/OMS). Recorreu-se a regressão de Cox bruta e ajustada, com variância robusta, para verificar o risco de exposição de 3 ou mais CRS. Foram analisados aspectos demográficos e socioeconômicos. As variáveis com o valor p< 0,20 foram incluídas no modelo ajustado, assim como, foi considerado o valor p = 0,05 para todo o procedimento estatístico. Resultados: Os resultados revelaram exposição aos CRCS (O/E>1), com maior incidência em 2016, particularmente o álcool, consumo de cigarro e inatividade física entre as moças. Para o sexo masculino o consumo de álcool e baixo consumo de frutas foram concorrentes nas duas investigações (2011-2016). A análise multivariada mostrou que os adolescentes estudantes do turno diurno (RP: 1,39; IC 95% 1,19 – 1,63) e com renda familiar de até 1 salário mínimo (RP: 1,25; IC 95% 1,00 – 1,55), apresentaram maior risco à exposição de 3 ou mais CRS com o passar dos anos. Conclusão: Os achados deste estudo podem ter implicações relevantes para novas políticas públicas, incluindo as prevalências dos comportamentos de riscos concorrentes à saúde em novos monitoramentos de saúde.

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