Concepções de Treinadores Experts Brasileiros Sobre o Processo de Formação Desportiva do Jogador de Voleibol
Por Michel Milistetd (Autor), António Evanhoé Pereira de Sousa Sobrinho (Autor), Juarez Vieira do Nascimento (Autor), Isabel Mesquita (Autor).
Em Revista Brasileira de Educação Física e Esporte (até 2003 Revista Paulista de Educação Física) v. 24, n 1, 2010. Da página 79 a 93
Resumo
O presente estudo teve como objetivo examinar a concepção de treinadores experts acerca das etapas de formação desportiva a longo prazo do jogador de oleibol. A amostra do estudo foi composta por 10 treinadores "experts" brasileiros. Os sujeitos presentaram idade média de 45 ± 13,8 anos e 24,8 ± 12,1 nos de experiência profi ssional, sendo todos licenciados em ducação Física. Os dados foram coletados por meio de entrevista estruturada e de resposta aberta, baseada o protocolo de FERNANDES (2004). A sua adaptação de conteúdo à realidade sócio-cultural e desportiva rasileira foi efetivada pelo método de peritagem. O tratamento das informações foi realizado por meio da nálise de conteúdo, com o recurso à interpretação lógico-semântico das ideias prevalecentes no "corpus" das ntrevistas. A fi dedignidade de codifi cação foi assegurada pela percentagem de acordos, para o mesmo difi cador e codifi cadores distintos, situando-se os valores registrados entre 95% e 100%. Os resultados evelaram o desconhecimento, por parte dos investigados, acerca da existência de um modelo de formação desportiva do voleibolista, a longo prazo, no Brasil. Além de confi rmarem que o Voleibol é uma modalidade de specialização tardia, os participantes do estudo apontam que a idade de iniciação da sua prática sistemática se itua no início da adolescência, por volta dos 13 anos. As componentes de desenvolvimento desportivo acentuam a rática do jogo deliberado na primeira etapa, onde as experiências motoras diversifi cadas prevalecem. A partir da segunda etapa aumenta a prática deliberada, com o incremento da aquisição de competências específi cas e comprometimento com a modalidade. A ausência de especifi cação dos conteúdos de treino ao longo das tapas, bem como a parca referência às competências psico-sociais pode dever-se, em grande medida, à possível inexistência de um modelo nacional referenciador da formação desportiva a longo prazo do jogador de oleibol.