Resumo

Este trabalho tem por objetivo apresentar a experiência de realização e tecer considerações acerca do Projeto de Ensino “Estudos feministas: relações entre classe, raça e gênero” que foi ofertado a estudantes de Ensino Médio do Instituto Federal de São Paulo, Campus Sertãozinho - São Paulo – Brasil. Organizado pela professora de Sociologia, o projeto teve como objetivo geral promover um debate científico sobre os movimentos feministas, a partir de leitura coletiva e seminários. Partindo da concepção sobre os marcadores sociais de classe, raça e gênero na análise da realidade de mulheres, no Brasil e no mundo, o referencial teórico do projeto foi o livro Feminismo para os 99% um Manifesto, das autoras Cinzia Arruzza, Tithi Bhattacharya e Nancy Fraser. A metodologia do projeto consistiu em encontros síncronos quinzenais via Microsoft Teams, entre 05 de março de 2021 a 18 de junho de 2021. No total foram 8 encontros. Além das exposições dialogadas da professora/coordenadora do projeto, a cada encontro dois/duas estudantes ficaram responsáveis por uma apresentação de cada capítulo do livro. Os estudantes trouxeram relatos de experiências pessoais e coletivas que permitiram aprofundar a relação entre as teorias analisadas e seus cotidianos. No último encontro as/os participantes do projeto organizaram um mural virtual (Padlet) com relatos sobre o que aprenderam. Estes relatos foram em forma de poesia e de prosa e evidenciaram a importância do projeto de leitura dialogada para a ampliação do debate teórico e público sobre o feminismo. Os relatos indicaram que estes encontros virtuais e leituras contribuíram para ampliar os olhares necessários à compreensão histórica e crítica do movimento feminista, suas diferentes correntes, além de fundamentar a organização de movimentos coletivos na busca por ações pelos direitos das mulheres trabalhadoras e pelo fim das múltiplas formas de violência e opressão que marcam a realidade social brasileira, especialmente das classes populares. O projeto certificou 8 estudantes no contexto da pandemia da COVID-19 e do isolamento social obrigatório, que ao mesmo tempo em que limitou as práticas de ensino escolares presenciais, potencializou o uso criativo de ferramentas virtuais como práticas sociais de ensino e aprendizagem.

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