Controle Postural em Indivíduos com Doença de Parkinson e Neurologicamente Sadios na Posição Unipodal
Por V. S. Beretta (Autor), Fábio Augusto Barbieri (Autor), L. Simieli (Autor), D. Orcioli-silva (Autor), E. Liriani-silva (Autor), F. B. Hernandes (Autor), Lilian Teresa Bucken Gobbi (Autor).
Resumo
A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa que ocorre devido à morte progressiva dos neurônios dopaminérgicos da substância negra do cérebro. A diminuição desses níveis dopaminérgicos leva aos sinais e sintomas característicos da DP, entre os quais podemos destacar a instabilidade postural que aumenta o risco de quedas desta população. A instabilidade postural é aumentada em situações de diminuição da base de suporte, como o apoio unipodal. No entanto, não são bem entendidos os mecanismos de controle motor nesta posição. Assim, o objetivo deste estudo foi comparar o controle postural de indivíduos com DP e pessoas neurologicamente sadias na posição unipodal. Participaram deste estudo 24 indivíduos com DP e 24 indivíduos neurologicamente sadios (GC). Para a análise do controle postural foi determinado a preferência pedal dos indivíduos do GC e o membro mais/menos comprometido dos indivíduos com DP. Os participantes tiveram o controle postural na posição unipodal avaliado por meio de uma plataforma de força, sendo realizadas 3 tentativas com duração de 30s. Os parâmetros do centro de pressão (CoP), deslocamento, root mean square no sentido médio lateral e anteroposterior, velocidade média e área do CoP foram analisados por meio de ANOVA one-way com o nível de significância mantido em p<0,05. Os resultados apontaram que os indivíduos do GC apresentaram maior velocidade média (p<0,04) e área do CoP (p<0,02) quando comparados aos indivíduos com DP. A partir dos resultados encontrados conclui-se que os indivíduos neurologicamente sadios parecem oscilar mais que pessoas com DP para a manutenção do controle postural e com maior velocidade média, o que indica uma adaptação mais rápida. Esta estratégia indica melhor flexibilidade do sistema postural em resposta a possíveis perturbações. Os indivíduos com DP apresentaram menor oscilação do CoP sugerindo ser essa uma estratégia do sistema nervoso central na busca por segurança. Porém, essa estratégia de maior rigidez é menos eficaz se o indivíduo sofrer uma perturbação. Desta forma, os resultados sugerem que indivíduos com DP tem dificuldade em responder de maneira apropriada a uma perturbação, podendo levar a ocorrência de quedas.