Resumo

Organizar-se em pequenos grupos é uma das características dos seres humanos desde os princípio de sua existência. Através da convivência com outras pessoas e outros grupos, ele carrega consigo heranças e significados representados através de símbolos. As significações e relações de interdependências simbólicas se estabelecem em cada ordem social sendo influenciadas por vários fatores tais como o imaginário, as representações, a fachada, o cenário, os grupos, entre outros. A escola, assim como outros ambientes é sugestionada por diversos fatores determinados ideologicamente. Nele, os alunos, especialmente os jovens, descrevem sua história de vida, sua individualidade, sua ideologia. Por estar constantemente recebendo intervenções sócio-históricas, o corpo humano no ambiente escolar, muitas vezes toma-se insignificante, podendo prejudicar as representações corporais que seus alunos possam querer manifestar. A eles devem ser dadas oportunidades para construirem sua sensibilidade, suas expressões, sua comunicação corporal, criando e re-significando suas próprias ações. Partindo do princípio que uma sociedade só pode ser formada através da sua trajetória social-histórica e que a escola e os jovens são parte desta sociedade, o principal objetivo desta investigação foi identificar as representações corporais de jovens do sexo feminino de um ambiente escolar, relacionando-as com os cenários, fachadas, estigmas, grupo, corporalidade, as culturas juvenis (determinadas pelos simbolismos) e o imaginário social. Esta pesquisa baseou-se nos pressupostos etnometodológicos os quais objetivam o estudo e a análise das atividades cotidianas de um determinado grupo social procurando descobrir a forma como elas tomam-se visíveis, racionais e reportáveis. Foram investigadas um grupo de jovens do sexo feminino com idade entre 14 e 16 anos, estudantes da Escola de Educação Básica Professor Olavo Cecco Rigon no município de Concórdia, Santa Catarina. Verificou-se que a escola constitui um dos ambientes sociais mais importantes na vida das jovens, pois suas representações corporais estão ligadas a vários simbolismos determinados pelo imaginário social. Pode-se citar a mídia, representada por revistas que elas mais gostam de ler, as quais há uma grande identificação com as representações das jovens, na criação de estigmas e estereótipos. Percebeu-se que para cada um dos ambientes que uma escola possui, as jovens manifestam comportamentos e atitudes diferenciadas, ou seja para cada ambiente e para cada grupo que participam apresentam-se com fachadas diferenciadas. Todos os aspectos observados nesta investigação, reforçam o argumento inicial de que o imaginário social exerce influêncía nas representações corporais no ambiente escolar, significando a importância de sua identificação como uma forma de modificar, aprimorar e adequar os elementos pedagógicos referentes ao trato com o corpo das jovens nos ambientes escolares.

Acessar Arquivo