Resumo

Neste trabalho analisamos as perspectivas e desafios de educadoras para o trabalho intencional com a corporeidade e a motricidade humana no berçário. As análises integram uma pesquisa de Mestrado, que tem como objetivo geral desenvolver e analisar um processo educativo com foco na corporeidade e motricidade infantil com bebês de zero a dois anos. Pesquisar e propor ações formativas junto às educadoras e aos bebês é tensionar o processo educativo desenvolvido para e com essas crianças, a fim de possibilitar fundamentação para criação de um caminho pedagógico profícuo para a construção de experiências na infância. A pesquisa, de abordagem qualitativa e colaborativa, foi desenvolvida em um Centro de Educação Infantil, público municipal, localizado na cidade de Itatinga, SP, Brasil. A etapa inicial da pesquisa contou com um processo formativo com quatro educadoras, em encontros semanais, de duas horas, e carga horária total de 12 horas, com o propósito de apropriação de conhecimentos em torno da corporeidade e motricidade infantil para mediar os processos educativos. Para a coleta dos dados, recorremos à técnica de grupo focal, realizado no primeiro encontro, com duração de 1h30min. Diante dos relatos das educadoras, destaca-se dentre os desafios enfrentados para mediar o trabalho pedagógico intencional no berçário, a falta do domínio das especificidades da corporeidade e da motricidade dos bebês, pois as educadoras apresentam como expectativas uma resposta dos bebês às suas orientações que não são inerentes ao desenvolvimento da criança desta faixa etária, tais como ao indicarem uma suposta falta de autonomia e de compreensão, por parte dos bebês, das propostas educativas. Ainda, a curiosidade aguçada dos bebês pelos brinquedos e objetos que envolvem as atividades é compreendida pelas educadoras como teimosia e falta de limites, uma vez que revelam esperar que as crianças pudessem atender a cada uma de suas orientações, como por exemplo, esperar a sua vez em determinada brincadeira, o que gera, segundo as educadoras, uma desorganização no momento das ações.

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