Resumo

As roupas, como elemento da cultura material, constroem, compõem, fabricam aparências e, desse modo, contribuem para a compreensão da educação do corpo e de aspectos da vida em sociedade. Esta tese analisa o lugar das roupas na educação do corpo de crianças nos anos de 1950, tomando como fontes principais as revistas de circulação Manchete e Jornal das Moças e as revistas destinadas a um público infantil, O Tico-Tico e Cirandinha. No intuito de participar do ideal de uma nação próspera, moderna e urbana, as revistas delimitaram as aparências, os gestos e o comportamento em público, reforçando uma educação que diferenciaria as funções femininas e masculinas na vida social da criança. Nesse período, em que uma sociedade de consumo se consolidava no Brasil, a publicidade estimulava a aquisição de novos produtos e propagava, juntamente com outros meios de comunicação, as atitudes condizentes às "pessoas refinadas" e "elegantes". A imagem da criança era veiculada em inúmeros anúncios e tanto atingia os adultos quanto dialogava com o público infantil. A análise do vestuário de meninos e meninas representado nessas publicações, no que se refere aos aspectos mais sutis da costura, como os tecidos, as cores, os cortes e os bordados, revela as narrativas e as definições sobre a infância e os sentimentos projetados nas relações entre crianças e adultos, tais como os da pureza e da inocência

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