Resumo
A educação física, como área do conhecimento que trata da cultura corporal, tem papel importante no desenvolvimento do pensamento teórico dos indivíduos. Nos anos finais da educação básica (1º ao 3º anos do ensino médio) vemos a retirada progressiva desta enquanto componente curricular obrigatório. Com a contrarreforma do ensino médio, este processo se acelerou, condenando a juventude ao esvaziamento e rebaixamento da sua formação. Diante desta problemática, este estudo tem por objetivo responder à seguinte questão: quais são as contribuições da Pedagogia histórico-crítica e da Psicologia histórico-cultural para o trato com o conhecimento da cultura corporal no quarto ciclo de escolarização da abordagem crítico-superadora? Para responder a esta questão, traçamos os seguintes objetivos: Geral - compreender quais são os fundamentos pedagógicos e psicológicos necessários para o trato com o conhecimento da cultura corporal no quarto ciclo de escolarização (1º ao 3º anos do ensino médio) rumo à superação dos pseudoconceitos, tal como formulado pela abordagem crítico-superadora; Específicos: 1) explicar o lugar da educação física no ensino médio frente a disputa de projetos antagônicos de educação; 2) explicar o lugar da cultura corporal no desenvolvimento do pensamento teórico, a partir da Pedagogia histórico-crítica enquanto fundamento para a Psicologia histórico-cultural e a Psicologia histórico-cultural enquanto fundamento para a Pedagogia histórico-crítica; e 3) apontar e explicar quais são os fundamentos pedagógicos e psicológicos necessários no trato com o conhecimento no quarto ciclo de escolarização. Este estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica e sob os pilares do materialismo histórico dialético e do método de exposição construído por Enguita (1993). Deste percurso concluímos que é necessário tratar o conhecimento da cultura corporal a partir de fundamentos pedagógicos e psicológicos sustentados nas concepções histórico-cultural de desenvolvimento, de adolescência, referenciados no projeto histórico comunista que permitam ao professor, através do trabalho educativo, estabelecer relações singulares, particulares e universal da cultura corporal enquanto produção humana com os seus conteúdos de ensino, permitindo aos adolescentes superar a contradição entre homem e trabalho rumo ao desenvolvimento do pensamento teórico.