Resumo

O objetivo desse estudo foi compreender como a comunidade escolar (direção, coordenação e docentes parceiras) significa a prática político-pedagógica do currículo critico-libertador da Educação Física “COM” a Educação Infantil. Nesse processo de autoformação, dialogando com professores(as) que fundamentam, sistematizam e publicam experiências político-pedagógicas contra hegemônicas, estruturamos uma práxis libertadora freireana “COM” as crianças da Educação Infantil em uma escola localizada em um município da região nordeste do Estado de São Paulo, registrando por meio de diários de campo, vídeos e fotos os diálogos e as vivências que exemplificavam essa comunicação com a teoria curricular supracitada no tocante as tematizações das brincadeiras infantis e das danças que ocorreram no primeiro semestre letivo de 2023. Concomitante, efetivamos a pesquisa-ação colaborativo crítica como metodologia de pesquisa nos encontros formativos que proporcionaram o diálogo e a reflexão constante “COM” a equipe gestora e professoras parceiras sobre a práxis da Educação Física libertadora. Nesse cenário, consideramos que a pesquisa–ação mobilizou todas as participantes da pesquisa, que embora tenham mantido diversos posicionamentos conservadores sobre a função social da Educação Física na Educação Infantil, estiveram sempre dispostas a ouvir e participar dos diálogos. Portanto, a partir de uma práxis democrática e problematizadora, refletimos “COM” as docentes parceiras as relações de gênero que estabeleciam uma situação-limite na realidade concreta das crianças ao compartilharem e vivenciarem as brincadeiras infantis, as datas comemorativas hegemônicas que determinavam as ações educativas no contexto escolar e, por fim, analisamos a Base Nacional Comum Curricular, creditando a proposição curricular nacional um documento de viés tradicional e neoliberal. Constatamos que a pesquisa-ação crítica demanda um processo mais longo de construção, análise, desconstrução, ressignificação e tomada de consciência dos objetivos traçados, mas mesmo em um espaço de tempo reduzido, esse estudo de caráter participativo possibilitou a problematização de várias questões que nos incomodavam no cotidiano escolar, propondo reflexões potentes que dialogam com uma escola democrática e intercultural. Por fim, ressaltamos que essa pesquisa modificou sobremaneira nossa forma de planejar, atuar e compreender a função social da Educação Física e da escola, entendendo que o lugar do diálogo está diretamente ligado com a problematização da realidade com vistas a uma educação de fato transformadora

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