Declínio de Desempenho Motor no Envelhecimento é Específico à Tarefa
Por Luis Augusto Teixeira (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 12, n 6, 2006. Da página 351 a 355
Resumo
O declínio de desempenho motor característico do envelhecimento tem sido proposto ter como causa um fator único, originário de deterioração da capacidade de processamento central de informação. Por essa proposição, o desempenho motor em diferentes tarefas deveria ser prejudicado similarmente durante o envelhecimento. Para testar essa hipótese, o desempenho sensório-motor de indivíduos fisicamente ativos entre 19 e 73 anos de idade foi estudado em oito tarefas: tempo de reação, tempo de movimento no contato com um alvo, força manual máxima, sincronização, controle de força, toques repetidos com haste vertical, desenhos seqüenciais e toques entre os dedos. A análise dos resultados indicou perfis variáveis de desempenho entre as tarefas motoras na comparação entre as idades, com declínio motor a uma taxa moderada entre 20 e 60 anos para tempo de reação, quedas mais acentuadas de desempenho na transição entre 20 e 40 anos em tarefas requisitando velocidade de execução de movimentos simples ou precisão temporal, quedas mais acentuadas na transição entre 60 e 70 anos para força máxima e habilidade gráfica e manutenção da capacidade de desempenho com o envelhecimento para controle de força manual. Dessa forma, esses resultados revelam-se contraditórios com a hipótese de fator único e oferecem suporte à hipótese alternativa de que a taxa de declínio de desempenho sensório-motor durante o envelhecimento é específica à tarefa.