Democratização de práticas esportivas e de lazer como ferramenta de transformação social no Brasil
Por Luiz Claudio Rodrigues Torres (Autor), Rafaela Pinheiro de Oliveira (Autor), Camila Soares de Almeida Mendonça (Autor), Juliana Lima Santos (Autor), Raquel de Almeida Fernando Neves (Autor).
Parte de Estratégias para a transformação social no Brasil através de projetos de esporte e lazer . páginas 13 - 32
Resumo
Apesar de garantido pela Constituição (BRASIL, 1988) e dos reconhecidos benefícios físicos e sociais do esporte (ex.: CAMARGO, 2016; COELHO; BURINI, 2009), o acesso às atividades esportivas como direito social ainda não é irrestrito e universal. De acordo com a Teoria do Campo Esportivo (BOURDIEU, 1983), os diversos campos que compõem a sociedade hierarquizam as classes sociais de acordo com a posse do capital (ex.: econômico, cultural), diferenciando-as por meio do estabelecimento de comportamentos e hábitos específi cos. Deste modo, a prática esportiva e de lazer se apresenta como um meio de distinção social, refl etindo e perpetuando as condições sociais e estilos de vida distintivos. Nessa perspectiva, o acesso ao esporte e lazer é somente garantido aos que pertencem capital específi co para tal e é difi cultada, ou até mesmo negada, aos que não fazem parte de determinada classe social (BOURDIEU, 1983; LOPES, 2014; SOUZA; JÚNIOR, 2010). Com isso, a democratização do esporte e do lazer devem se confi gurar como Política de Estado para garantir os direitos dos cidadãos, sendo dever do Estado, e não apenas se apresentar como uma política de governo (EWERTON, 2007).