Resumo

Introdução: Segundo a Federação Internacional de Tênis (2007), o Brasil apresenta-se como um dos países com maior número de praticantes. Sabe-se, no entanto, que o tênis no país ainda é visto como um esporte de elite. A falta de instalações públicas e o distanciamento do tênis do ambiente escolar têm contribuído para esse cenário (MULLER; RODRIGUES, 2009). Objetivo: O objetivo do estudo foi o de verificar os motivos apresentados pelos professores de Educação Física para não ofertarem a modalidade nas aulas. Metodologia: Por meio de uma entrevista semiestruturada, sete professores do Ensino Fundamental II, pertencentes ao Núcleo Regional de Ponta Grossa – PR, e com cinco anos ou mais de docência na mesma escola, foram convidados a participarem do estudo. O consentimento dos professores foi obtido por meio da assinatura do TCLE. Para análise das entrevistas utilizou-se a técnica de Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2011). Resultados: Na visão dos professores, a falta de materiais e espaço físico é apontada como principal empecilho para inclusão do tênis nas aulas. A ausência de formação específica relacionada à modalidade foi outro obstáculo levantado. Os resultados encontrados corroboram com os observados em outros estudos, com amostras e contextos semelhantes (SOUZA; JUNIOR, 2009; SOARES; NETO; SILVA, 2015), onde as limitações relacionadas aos materiais e ao espaço emergem como fatores preponderantes para a não inclusão do tênis nas aulas. A ausência da disciplina tênis em grande parte das universidades e faculdades brasileiras, relatada por Dias et al. (2002) e Milistetd (2015), também tem se mostrado determinante. Conclusão: A utilização de equipamentos alternativos, como raquetes e bolas, desenvolvidos pelos próprios alunos durante as aulas, poderiam suprir a falta de materiais relatada pelos professores. A carência de formação específica para a modalidade na formação inicial indica a necessidade da realização de programas de formação continuada.