Resumo

A expansão quantitativa do esporte no Brasil nos últimos anos tem enfatizado o papel da Gestão do Esporte (GE) para um desejável desenvolvimento de melhor qualidade, direcionamento de importância também crescente diante dos desafios dos megaeventos esportivos da presente década. Nesse contexto, identifica-se frequentemente o problema de se apresentarem amplas oportunidades profissionais em contraste com a carência de registros, informações e conhecimento técnico sobre a gestão do esporte no país. Partindo-se desta problematização típica de gestão definiu-se o objetivo deste
estudo no viés histórico do desenvolvimento e do estado da arte da GE no Brasil, com periodizações entre 1909 a 2009, buscando focalizar direcionamentos e significados por meio de abordagens descritivo-analíticas de fontes primárias (obras publicadas) e testemunhos situacionais de gestores de
destaque (entrevistas). Tal historização, por sua vez, incorporou subsídios teóricos e empíricos, a fim de explicar carências e avanços da GE em seus cem anos de prática no Brasil. Esta composição metodológica incluiu 05 (cinco) entrevistas de autoridades em GE e 39 (trinta e nove) obras autorais publicadas nos mesmo tema, cujos resultados indicaram como conclusões gerais: (1) a produção técnica em GE até o final de século XX foi de sentido pioneiro e inovador com reduzidas conexões com as práticas existentes; (2) os impactos da produção técnica sobre o esporte nacional per se têm sido mínimos ou nulos, sugerindo que o problema central da GE não é de qualidade do conhecimento disponível, mas de reduzida capacidade de assimilação dos
gestores.