Determinação do limiar 2 por medidas de oxigenação no vasto lateral e bíceps braquial de atletas da seleção brasileira paralímpica de atletismo
Por Carolina Cirin (Autor), Emanuel Elias Camolese Polisel (Autor), Fabio Leandro Breda (Autor), Thiago Fernando Lourenço (Autor), Marcelo Papoti (Autor), Claudio Alexandre Gobatto (Autor), Fúlvia de Barros Manchado-Gobatto (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A capacidade aeróbia determinada pelo limiar 2 (L2) é fundamental para o desempenho de corredores meio fundistas e fundistas. O uso de tecnologias vestíveis que utilizam o método da espectroscopia do infravermelho próximo (NIRS) com sistema wireless apresentam captura robusta das medidas de oxigenação muscular, contribuindo para a avaliação e monitoramento do treinamento de corredores em condições mais ecológicas e de forma não invasiva. Assim, torna-se relevante a determinação do L2 por NIRS, permitindo análises simultâneas de diferentes grupos musculares durante o gesto da corrida. OBJETIVO: Determinar e comparar o L2 nos músculos bíceps braquial (BB) e vasto lateral (VL) por meio das medidas de oxigenação muscular em atletas da Seleção Brasileira Paralímpica de Atletismo. MÉTODOS: Oito meio-fundistas e fundistas, sendo 2 mulheres (M) e 6 homens (H) (29±7 anos; 64,2±6,2 kg; 175,0±6,5 cm; 8,8±3,9 %GC) foram avaliados. A amostra foi composta por deficientes visuais, intelectuais ou físicos (sem comprometimento para a corrida), submetidos a um teste incremental (TI) até a exaustão (Vmáx) em esteira motorizada. O TI foi iniciado a 11 km/h (M) e 12 km/h (H), sendo adotados incrementos de 0,3 km/h a cada 25s. As medidas de deoxi-hemoglobina [HHb] e índice de saturação tecidual (TSI) foram obtidas por NIRS com sistema wireless, alocados nos músculos BB e VL (frequência de aquisição de 10 Hz). Os atletas permaneceram sentados por 1 min para obtenção da linha de base para o cálculo do delta (Δ) entre os valores do esforço e repouso de [HHb]. O L2 foi determinado pela deflexão do Δ[HHb]. As velocidades do L2 (iL2) para BB e VL foram determinadas por regressão linear (intensidade vs tempo) e considerados os valores de oxigenação muscular em iL2. Os valores obtidos em BB e VL foram comparados por T-Student pareado e correlacionados pelo teste de Pearson (P≤0,05). RESULTADOS: A iL2 para BB e VL foram, respectivamente, 18,7±1,4 e 19,0±1,2 Km/h (P=0,09), correspondendo à 91,2±2,5% e 92,6±2,0% da Vmáx. Em BB e VL, o Δ[HHb, µM] na iL2 foi 25,1±10,7 e 20,4±8,4 (P=0,32) e os valores de TSI (%) foram 47,8±4,8 e 51,3±5,0, respectivamente (P=0,10). Houve correlação muito forte e significante entre a iL2 determinada em BB e VL (r=0,97; P=0,000). CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que o L2 pode ser determinado em diferentes grupos musculares de forma isolada durante a corrida, fortalecendo o uso de tecnologias vestíveis para avaliação e monitoramento do treinamento