Resumo


Esta pesquisa lança seu olhar para os fundamentos de um fenômeno que caminha com a humanidade: o Velejar. Mesmo com o desenvolvimento de tantas tecnologias que propiciam tipos de navegação variados, o uso da vela continua atual, seja como transporte, como brincadeira ou como esporte. O fenômeno, entretanto, extrapola sua utilidade: nitidamente velejar, para os velejadores, é mais do que atravessar o meio líquido utilizando a força do vento. Os velejadores - aqui sujeitos da experiência - dão significados à prática e fazem dela algo para a qual vale a pena retornar. Para investigar estes significados e sentidos, esta pesquisa busca colocar em palavras o que há de especial na prática de velejar a partir da perspectiva dos próprios velejadores. É por meio de uma ampla pesquisa de campo - onde se convive, veleja e dialoga com velejadores esportistas, velejadores pescadores artesanais e velejadores expedicionistas que se identificam elementos recorrentes e significativos para os que a praticam. Junto a esses elementos, foram agregadas as próprias experiências da autora, velejadora esportista. Com registro de imagens, entrevistas e descrições do vivido, as análises ancoram-se no arcabouço da fenomenologia da imaginação material de Gaston Bachelard, desvelando os gestos, os fascínios, as provocações e as diferentes sensibilidades presentes nessa modalidade tão antiga quanto atual. Competição e contemplação, aventura e passeio, tradição e modernidade, ritos iniciáticos e formativos, elementos materiais e suas provocações, entre outros, unem-se no propósito de desvendar uma prática que se revela complexa e inteira e que tem alto poder de aderência e manutenção presentes nas ressonâncias simbólicas. O sonho de habitar as águas e dominar o vento, de maneira íntima e próxima a partir de uma vela e um casco, é deste modo, constantemente atualizado no corpo dos velejadores
 

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