Resumo

A Lei n⁰ 13.409 de 2016 (BRASIL, 2016) reserva vagas para pessoas com deficiência no ensino superior nas instituições federais de ensino. Seis anos após a aprovação da Lei, nos questionamos sobre as condições de permanência com qualidade dentro da universidade pública. Nesse sentido, o presente resumo tem como objetivo refletir sobre os dados acerca do acesso e permanência de estudantes com deficiência do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), bem como suas percepções acerca das experiências vivenciadas na universidade e nas disciplinas ao longo da sua formação. Para isso nos embasamos teoricamente em um conceito de inclusão que é amplo, processual, dialético e infindável (SAWAIA, 2017; BOOTH E AINSCOW, 2011; FONSECA, SANTOS E MELO, 2009) que considera os diversos marcadores sociais da diferença. Assim como em um conceito de formação na e para perspectiva inclusiva (FONSECA, 2021) que considera e valoriza as singularidades dos/das estudantes na própria graduação e não só para as diferenças que eles encontrem em sua prática docente. Esse mapeamento se deu com estudantes que ingressaram a partir do segundo semestre de 2017 até julho de 2022. Os dados presentes são resultados de buscas em nossos levantamentos internos, dados da Diretoria de Acessibilidade da UFRJ e da Coordenação do curso de Licenciatura em Educação Física. A partir destes, foi possível identificar o acesso de 19 estudantes com deficiência no curso de Licenciatura em Educação Física; desses estudantes, apenas dois se formaram dentro do período de pesquisa, quatro não estão cursando nenhuma disciplina em 2022.1 e seis ainda não foi possível efetivar contato. Os demais responderam um questionário que buscava identificar as primeiras percepções sobre as experiências no curso. As respostas dos/as estudantes apontaram atravessamentos que revelam barreiras estruturais da universidade, bem como o distanciamento para com os/as professores/as que reforçam estereótipos capacitistas.

Acessar