Diferentes Restrições Alteram o Início do Controle Visual Para Ajustes Locomotores em Parkinsonianos
Por Carolina Rodrigues Alves Silveira (Autor), Frederico Pieruccini Faria (Autor), Lilian Teresa Bucken Gobbi (Autor), Rodrigo Vitorio (Autor), Maria Joana Duarte Caetano (Autor), Florindo Stella (Autor), Sebastião Gobbi (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O estudo realizado por BERG et al. (1994) demonstrou que o início do controle
visual (ICV) para ajustes locomotores acontecia após o pico dos desvios-padrão
(PDVP) do posicionamento dos pés (PP) até o momento do salto (em saltadores
d e l o n ga di s t ânc i a ) e q u e após e s s e pi co a va r i ab i l i d a d e d imi nu í a
sistematicamente. Esse mesmo comportamento viria a ser verificado em
indivíduos andando, durante a aproximação de obstáculos. Indivíduos com
doença de Parkinson (DP) dependem exageradamente da visão para realizar
diversas ações motoras, mas as transformações visuo-motoras para lidar com
obstáculos colocados em sua trajetória, durante a marcha, bem como o uso
das informações referentes a tal perturbação, ainda merecem ser melhor
investigados. Para isso, foram selecionados indivíduos idosos com DP idiopática
(n=12) entre os estágios 1 e 3 da escala de HOEHN e YAHR e medicados com Ldopa. Os participantes foram avaliados após um jejum de 12 horas do
medicamento e 1 hora após terem ingerido o mesmo, na mesma sessão de
coleta. A tarefa consistiu em andar e ultrapassar obstáculos de diferentes alturas
(alto e baixo, personalizados), posicionados em uma passarela. Foram feitas 5
tentativas em bloco para cada altura de obstáculo, com a ordem de apresentação
dos blocos randomizada entre os participantes. O PP foi analisado nos 5 passos
que antecederam a ultrapassagem, contados em ordem decrescente (N-4, N-3,
N-2, N-1, N). A análise do PP foi feita através de duas filmadoras digitais para
que as imagens fossem capturadas, medidas e reconstruídas tridimensionalmente
no software Dvideow 6.1. O cálculo das distâncias do PP foi feito no software
Matlab 7.0. Na condição pré L-dopa, o PDVP mostrou alteração no ICV que
aconteceu no passo N-3 e, após a ingestão da L-dopa, no passo N-2. A altura
do obstáculo também provocou alteração do ICV, acontecendo no passo N-3
para o alto e no passo N-2 para o baixo. Esses resultados mostram evidências
de que o ICV, para lidar com perturbações locomotoras, pode ser adiantado ou
atrasado, em um passo, como uma função das restrições orgânicas e do risco
percebido à estabilidade dinâmica em idosos com a DP.