Do Nível de Atividade Física Habitual Sobre os índices de Absenteísmo em Trabalhadores do Setor Siderêrgico
Por Michell Vetoraci Viana (Autor), Danyela Gomes Cabaline Viana (Autor), Maria Luiza de Jesus Miranda (Autor), Danilo Sales Bocalini (Autor), Fábio Luiz Ceschini (Autor), Aylton Figueira Junior (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: Para a execução de uma tarefa em determinado posto de trabalho o homem gera sobrecargas mecânicas em suas estruturas ósteo-neuromusculares, principalmente quando assume posturas ocupacionais ou funcionais inadequadas, potencializando o surgimento de lesões não-traumáticas. Estas lesões laborais devem ser minimizadas em adequação ergonômica e, também, por atividades físicas compensatórias. Neste sentido, os benefícios oriundos da atividade física se refletem sobre o trabalho e, por outro lado, usar parte do tempo destinado ao trabalho para engajar-se em um programa de atividade física melhora o bem-estar do indivíduo e também o seu grau de satisfação profissional. Mesmo assim, os índices de sedentarismo ainda são altos, impondo ao governo e empresas custos elevados. Objetivo: Avaliar a influência do nível de atividade física habitual (NAFH) sobre os índices de absenteísmo em trabalhadores do setor siderúrgico. Método: Esta pesquisa, descritiva-correlacional, teve um universo de 4.500 colaboradores e a amostra selecionada, de forma probabilística (por sorteio simples), findando, após o crivo dos critérios de inclusão e exclusão, em 317 colaboradores do sexo masculino, onde 72% eram do setor operacional e 28% do setor administrativo da empresa, com idades médias de 36 ± 10,05 anos. Para a avaliação das variáveis, foram utilizados o questionário de Baecke (NAFH) onde seguiu a classificação dos níveis: (1) Muito Baixo, (2) Baixo, (3) Moderado, (4) Alto, (5) Muito Alto, e para o Absenteísmo (AB) os dados foram levantados pelo departamento de medicina e saúde da empresa, obedecendo a classificação de Quick e Lapertoso,1982 para verificação do Absenteísmo por doença e dividimos em Grupo (0) sem afastamento, Grupo (1) com afastamento e ainda na segunda Divisão (1) sem afastamento (2) com afastamento curto e (3) com afastamento longo. Resultados: Dentre todos os resultados aquele que melhor combinou sensibilidade e especificidade na classificação e seleção do Universo Amostral num cruzamento entre os status “a priori” (observado) e “a posteriori” (modelo), foi uma combinação seriada de duas Regressões Logísticas, a primeira com o intuito de separar o Universo Amostral em dois grupos: Com afastamento (1) e Sem Afastamento (0). O Modelo 1 apresentou eficiência de 100% e o segundo Modelo toma o Grupo Com Afastamento e o subdivide em dois Grupos (2) ( < 5 dias de Afastamento ) e Grupo (3) ( > 5 dias de Afastamento ). O Modelo dois igualmente ao primeiro também mostrou-se 100% eficiente. Foi observado, tanto no modelo 1 (r = 0,606), como no modelo 2 (r = 0,586), de regressão logística, uma aceitação significativa (p<0,05) e considerada “muito boa” de tais modelos, conforme os resultados de correlação do Pseudo R-Square. Foi verificado que para o nível de atividade física tanto muito baixo (1) se afastou (12 trabalhadores) 3,75%, moderado (2) se afastou (18 trabalhadores) 5,7% e muito Alto (5) se afastou (15 trabalhadores) 4,7% do total dos afastamentos, sendo que, para tempo de afastamento curto (2) o maior índice de afastamento foi para o grupo Nível de atividade Física moderado e muito alto (3 e 5), ou seja 13 trabalhadores (4,1%) respectivamente como segue na tabela. Conclusão: Desta forma, podemos sugerir que o NAFH, isoladamente, não foi capaz de contribuir na prevalência de absenteísmo de trabalhadores da Siderurgia.