Resumo

O uso de substâncias proibidas como forma de aumentar o desempenho atlético parece antigo, já que, desde a antiga Grécia, em seus Jogos Olímpicos, já eram utilizadas algumas práticas que poderiam atualmente ser consideradas doping. Porém, mesmo com a morte do ciclista inglês Linton em 1886 por uso de estimulantes, o uso de substâncias dopantes em práticas desportivas, principalmente no mais alto nível atlético parece não ter fim. Mas, somente em Tóquio em 1964 em um congresso da UNESCO e do COI, foi iniciado o combate ao doping com a premissa do fair play, advertindo e punindo atletas pelo uso de substâncias ou métodos que visam melhorar artificialmente o desempenho esportivo, e que ao mesmo tempo sejam prejudiciais à saúde. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi verificar por meio de uma pesquisa descritiva documental qualiquantitativa, a incidência de casos de doping e substâncias mais utilizadas segundo lista divulgada pela IAAF 2015, além de comparar o uso entre homens e mulheres. Como resultado constata-se que na estatística por nação de 2012, dos 525 casos a Rússia está em primeiro lugar com 81 casos (15,4%), o Quênia figura em segundo lugar com 74 casos (14,1%), já, a Etiópia e os Estados Unidos estão em terceiro lugar com 43 casos cada (8,2%). O Brasil aparece na lista na 16º colocação com 3 casos. Já, em relação ao sexo (masculino e feminino) na lista da IAAF em 2015, dos 353 casos positivos, 157 são mulheres (44.5%) e 196 homens (55.5%), ou seja, há uma diferença de 11% a mais para casos positivos entre os homens. Dentre as substâncias mais utilizadas constata-se o uso de esteróides anabólicos que dentre os diversos tipos de substâncias desta classe os preferidos parecem ser o Stanozolol com 55 casos e o Dehydrochloromethyl-testosterone com 43 casos. O hormônio eritropoietina, com 24 casos também figura entre os mais utilizados, além de outros tipos de estimulantes e até diuréticos, muito utilizados em conjunto com drogas anabolizantes como forma de mascarar o doping. Tal resultado demonstra que apesar de um rigoroso controle e uso de políticas contra o doping, o uso continua em alta, já que a busca pela excelência esportiva e a quebra de recordes parece falar mais alto que o fair play e o cuidado para com a saúde desses indivíduos.

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